sábado, 7 de novembro de 2009

Só a meditação ou oração, o mantra, resolve?

MAIO DE 2009 - EDIÇÃO Nº 89
Ao chegar para a reunião do distrito, Wesley estava animado e orgulhoso por estar vencendo no desafio da oração diária. - Desde que decidi desafiar na recitação do Daimoku, não parei mais! Aumentei um minuto a cada dia e agora realizo quase uma hora todo dia! - Muito bem! - exclamou o sr. Ercílio, responsável do bloco, orgulhoso com a disposição do jovem.
Então, acredito que já visitou vários membros para dialogar e convidar para as atividades, não? Tomado pela surpresa, Wesley pensou um pouco e gaguejou: - É... Quero dizer, tenho orado todos os dias pedindo para que eles apareçam e se tornem ativos. Não estou fazendo o certo?

- A oração é poderosa! Sem dúvida, seu aspecto radiante é resultado do seu desafio no Daimoku. No entanto, toda oração deve ser completada com ações concretas para que os objetivos se concretizem. Somos uma organização e o sentido dela existir é que somente atuando junto às pessoas podemos construir um mundo melhor baseados na filosofia do humanismo. Vamos nos conscientizar de que o mundo da Gakkai é o único caminho para nossa felicidade.
Diferentemente de outras religiões, como budistas devemos ter uma postura ativa, empenhando-nos na prática da fé e lutando incansavelmente pelo Kossen-rufu. Não pode haver oração sem ação. Os problemas não se resolvem com uma atitude passiva. Nossos objetivos são alcançados com muito esforço. - Puxa! E eu pensei que estava fazendo o máximo!

Num discurso publicado no Brasil Seikyo (edição no 1.382, de 14 de setembro de 1996) o presidente Ikeda falou sobre a importância dos esforços contínuos que são as causas principais no movimento do Kossen-rufu. Ele disse: Nós acumulamos uma grande boa sorte por meio de nossas orações, dedicação e esforços sinceros em prol do budismo, do Kossen-rufu e da Humanidade.

Oração sem ação não é o caminho do Budismo de Nitiren Daishonin. Se correlacionarmos os cinco caracteres do Myoho-rengue- kyo ao nosso corpo, myo (místico) corresponde à cabeça. Ho (Lei) é a nossa garganta - a laringe que emite nossa voz; em outras palavras, corresponde a ensinar a Lei. Ren (lótus) é nosso peito; nosso coração, circundado pelos pulmões, lembra o formato de uma flor de lótus. Gue (flor) corresponde ao abdômen, e kyo (sutra), às nossas pernas. No Ongui Kuden (Registro dos Ensinos Orais), Daishonin declara: "Nossa cabeça é myo, nossa garganta é ho, nosso peito é ren, nosso abdômen é gue, e nossas pernas são kyo." (Gosho Zenshu, pág. 716.) "Nossas pernas" correspondem à ação. Somente quando agimos é que podemos realmente manifestar a Lei Mística - Myoho-rengue- kyo - em nossa vida. Quando falo em ação, refiro-me às atividades diárias da SGI. É por meio dessas atividades que adquirimos centenas de benefícios. Portanto, o importante é continuar a lutar pelo Kossen-rufu até o fim.

Em qualquer jornada, não podemos esperar atingir o nosso destino se pararmos no meio do caminho. Da mesma forma, se apesar da boa sorte de termos encontrado e abraçado o incomparável caminho do budismo pararmos no meio do caminho, todos os esforços que tivermos realizado até então terão sido em vão; não poderemos atingir o estado de Buda.
É por isso que cada um de nós realiza contínuos esforços, e encorajamos os outros a fazerem o mesmo. Esse é o caminho da verdadeira benevolência. Todos nós oramos primordialmente para a conquista dos benefícios. Ao fitarmos o Gohonzon, no momento da oração, muitas vezes imaginamos que os benefícios entrarão pela porta de casa, vindo de fora.

Nosso Mestre disse em certa ocasião: "A questão principal é: uma ação positiva possui um benefício inerente. O benefício não é absolutamente algo que vem de fora. Ele surge de dentro de nossa própria vida; manifesta-se por nossas ações. O benefício jorra como água de uma fonte. É isso o que significa benefício." (Ibidem, edição no 1.525, de 25 de setembro de 1999, pág. A3.)

Antonio Ioshio Nakamura, Vice-presidente da BSGI