sexta-feira, 9 de julho de 2010

“Nam” Experimentando a felicidade absoluta no cotidiano

A prática correta do Nam-myoho-rengue-kyo estabelece um estado no qual nossa vida permeia todo o Universo.

BS,  edição Nº 2043
O que é?
“Nam” [de Nam-myoho-rengue-kyo] é entrar em sintonia com o Universo por meio da integração completa da prática individual com a prática altruística (jigyo keta, em japonês). Ou seja, é a devoção da vida buscando a felicidade individual e a coletiva.

Fusão com a Lei

Somente assim, com as duas práticas do jigyo keta ocorrendo ao mesmo tempo, é possível afirmar que estamos devotando e unos à Lei Mística.

Todos nos devotamos a algo

Devotar é estabelecer qual é o ponto cêntrico (essencial) da nossa vida. A que, fundamentalmente, nos empenhamos, dedicamos e consagramos nossa vida?
Há vários exemplos de devoção. Pessoas que se devotam ao trabalho. Ou que arriscam tudo em função do amor de alguém etc.
Dependendo daquilo que nos devotarmos, teremos como resultado a felicidade ou infelicidade. O que o budismo explica e garante é que a devoção (Nam) à Causalidade da Lei Mística (Myoho-rengue-kyo) gera uma intensa alegria de viver e benefícios incalculáveis.

Não confunda...

É importante não confundir devoção com esforço. É natural esforçar-se no trabalho, por exemplo. Devotar é algo mais profundo: é em que sua vida está baseada.

Exemplo de devoção

Se o meu objeto de devoção (referência essencial) for o trabalho, por exemplo, estarei feliz enquanto estiver empregado. Perdê-lo gerará infelicidade.
Contudo, se a devoção for à Lei Mística, independentemente do que ocorra, estarei sempre iluminado e, portanto, apto a reverter qualquer situação.

Suprema forma de devoção

A mais suprema forma de devoção é ter a Lei Mística como eixo. Porque a Lei é imutável, eterna e nos conduz diretamente a uma condição iluminada, na qual nada abala nossa felicidade. Cultivar uma condição assim é o objetivo prático do “Nam”.

A alegria da comprovação

À medida que praticamos e atuamos com alegria todos os dias, essa condição passa a ser nosso estado básico de vida.

Portanto, o desafio está em cultivar essa alegria. E ela vem por meio da comprovação prática, da compreensão dos fundamentos e das ações concretas com base na Lei.

Quando?
 
Quando podemos sentir essa alegria da Lei? Agora! No cotidiano, exatamente no local e nas condições em que nos encontramos neste momento.
Este é o propósito da prática do Daimoku diante do Gohonzon. Cultivar um estado de felicidade que não depende de nenhuma circunstância externa.

Nam é uma postura
 
De acordo com o budismo, com exceção da Lei Mística (Myoho), tudo na vida é transitório e depende de vários fatores. Por isso, nem sempre as situações acontecem da maneira como gostaríamos.
Já a Lei é diferente, ela é a fonte de todos os fenômenos e isso é uma verdade imutável. Devotar-se à Lei é o único ato verdadeiramente real. E isso faz uma diferença significativa! Portanto, recitar o Daimoku é o que temos de concreto na vida.

No momento da oração, tenha uma prática individual compromissada com a mudança e tenha a disposição de agir conforme a Lei.
Assim, manifestará uma “mente de fé” capaz de mudar qualquer circunstância, porque agimos baseados na Lei que é a origem de todos os fenômenos.

Vestir a camisa

Isso significa que, ao recitar Daimoku, não basta simplesmente dizer as palavras. Tem de dizer com a disposição de “vestir a camisa”, assumir o compromisso, assumir um comportamento coerente com a Lei Mística.

O fluxo correto

O “Nam” une nossa vida com a Lei e permite que sejamos capazes de agir com base nela, de acordo com o fluxo correto da vida.

Devotar não é sofrer

“Tenho certeza de que alguns de vocês acham que expressões como ‘não poupar a própria vida’ ou ‘dedicar a vida ao budismo’ encorajam uma forma de autossacrifício, uma espécie trágica de autoflagelo.

Mas o estado de espírito que motiva esse tipo de devoção ao qual me refiro é completamente diferente.
É um estado de paz e serenidade, um estado totalmente livre do medo. É uma sensação tão expansiva como um claro e límpido céu azul, uma plenitude de esperança, alegria e satisfação, um estado de ser absolutamente livre e sincero consigo mesmo.” (Nova Revolução Humana, vol. 6, pág. 213.)

Superar o “eu inferior”

“A devoção à Lei Mística significa superar o seu ‘ser inferior’, aquele ego que vem sendo conduzido e rodeado por todos os tipos de mesquinhez e desejos mundanos. Isso significa voltar-se para o ‘ser superior’, ao ego tão vasto quanto o cosmos. Quando isso acontecer, cada um brilhará como o mais alto potencial humano. Esse processo chama-se revolução humana.” (Ibidem.)

Daimoku de fé e de prática

“Há dois aspectos da recitação do Daimoku no Budismo Nitiren: o Daimoku de fé e o Daimoku de prática. O primeiro se refere ao aspecto espiritual de nossa prática. Consiste da luta que travamos em nosso coração contra a escuridão ou a ilusão intrínseca, ou seja, uma batalha contra as forças negativas e destrutivas que há em nós.
 
“Essa batalha implica em romper a escuridão que envolve nossa natureza de Buda e fazer surgir, mediante a força da fé, o estado de Buda.

O Daimoku de prática refere-se à recitação do Nam-myoho-rengue-kyo e à transmissão da Lei a outras pessoas.
É empenhar esforços por meio de palavras e ações pela felicidade de si próprio e a dos outros como evidência de nossa luta espiritual contra a negatividade e a ilusão.” (Terceira Civilização, edição no 460, dezembro de 2006, pág. 38.)

Daimoku com uma fé firme e absoluta

“O Gohonzon é um espelho. Nitiren Daishonin, portanto, ensina enfaticamente que devemos ter uma fé resoluta. [Por exemplo, ele diz: “A mente de uma pessoa é como a água. Uma fé fraca é como a água lamacenta, mas uma fé resoluta é como a água límpida.” (END, vol. 6, pág. 95.)]

“As entidades celestes não se moverão em resposta à fé de uma pessoa que é covarde, que tem ciúmes das outras, que reclama, ou que está sempre tramando algo. Nesse sentido, o Gohonzon é um espelho.” (Brasil Seikyo, edição no 1.272, 14 de maio de 1994, pág. 4.)
 
Qual a extensão da sua fé?
 
“Se a fé de uma pessoa é forte e pura, correspondentemente à sinceridade dessa fé, ela será perfeitamente refletida no espelho do Gohonzon. Consequentemente, as entidades celestes movimentar-se-ão em prol dessa pessoa e sua vida tornar-se-á repleta de felicidade.
Entretanto, se a fé de uma pessoa é fraca e impura, então a atitude para com a fé refletida no Gohonzon tornar-se-á a mesma, e a sua vida mover-se-á na direção correspondente a essa atitude.” (Ibidem.)

O Nam no cotidiano:
superação e felicidade
Muitas coisas acontecem na vida. Há tristezas e sofrimentos. Todos os dias, há coisas que não gostamos ou que nos aborrecem. Casais podem brigar. Pode haver o divórcio e a consequente tristeza. [...] Mas a fé é a ‘máquina’ que nos possibilita [...] transformar nossos problemas em felicidade, o sofrimento em alegria, a ansiedade em esperança e a preocupação em tranquilidade.
Jamais chegaremos a um muro que não poderemos ultrapassar.” (Ibidem.)