quinta-feira, 1 de julho de 2010

Água Corrente

A prática budista deve ser como água corrente, apenas assim, a pessoa pode obter todos os benefícios da Lei Mística.

Muitas pessoas começam a entoar o mantra Nam-Myoho-Rengue-Kyo e no mesmo momento sentem os benefícios internos da meditação – paz, sabedoria, felicidade e muita energia vital. Estes benefícios internos são sinais da sua elevação de estado de vida, toda vez que entoamos o mantra, o nosso estado de Buda inerente se aflora.

Quando os benefícios internos se manifestam, logo em seguida vêm os benefícios externos – a pessoa começa a concretizar objetivos e materializar desejos, digamos que seja uma maré de sorte extraordinária.

O que tenho observado é que muitas pessoas, na alegria dos primeiros benefícios internos e externos, param de meditar e esquecem o Nam-Myoho-Rengue-Kyo por julgarem que não precisam mais de nada, “que a vida entrou nos eixos” e não têm mais tempo para a prática.

Quando começamos a prática e a realização do Daimoku (meditação), começamos também a nossa revolução humana com a elevação do nosso estado de vida.

Quanto mais oramos/meditamos, a nossa tendência básica de vida eleva-se, e vivendo em estados mais elevados (http://www.soldelotus.com/textos/10estadosvida.doc ), os benefícios internos e externos se tornam mais constantes e potencializados.
Em estados de vida mais elevados, os nossos pensamentos e desejos são filtrados, tornando-se assim, mais objetivos.

A sabedoria é o melhor guia e a fé, a melhor companheira. Deve-se pois, fugir das trevas da ignorância e do sofrimento, deve-se procurar a luz da Iluminação. (Sakyamuni).

A medida que o "nosso espelho  é polido" pelo ritmo do Universo (Nam-Myoho-Rengue-Kyo), a escuridão fundamental dissipa-se e somos capazes de realizar a nossa própria Revolução Humana.

Se não damos continuidade a prática, somos como um avião que levanta voo e depois desce, não se mantendo no ar, ou elevado.

Nossos pensamentos são muito rápidos e por isso é importante mantermos nosso estado de vida elevado, para que eles se originem neste estado.

Se nossa tendência básica de vida é baixa, nossos pensamentos, palavras e ações também serão originados desse baixo estado de vida.

O Budismo é uma luta constante entre o Estado de Buda e o estado de inferno. Isto significa que nossa própria impureza ou maldade interior luta dentro de nós para que não evoluamos.

Mesmo desejando realizar a prática, que requer bastante disciplina, nossa parte negativa se evidencia como "maldade", fazendo com que adiemos nossa hora de fazer a prática e até mesmo de não realizá-la.

Às vezes recebo e-mails de pessoas que estão afastadas da prática me pedindo para fazer daimoku para elas devido a uma situação difícil que estão passando ou para conseguirem algo que estão pleiteando.

Devemos assumir a responsabilidade pela nossa prática e revolução humana, não podemos colocar isso nas mãos de outros ou lembrar do Daimoku apenas quando queremos um benefício externo.

Sua mente, agora desnorteada pela escuridão inata da vida, é como um espelho embaçado, mas, se polir, é certo que tornar-se-á claro como cristal de iluminação das verdades imutáveis. Manifeste-se na prática da fé, polindo seu espelho incessantemente, dia e noite.
A Revolução Humana é fundamental para amenizar ou até erradicar o carma e assim alcançar a felicidade absoluta nesta existência.

Será uma completa derrota pessoal se praticarem fervorosamente por apenas algum tempo, com uma "fé de fogo", e, mais tarde, acabarem abandonando a fé.
Desafiar a si próprios em pequenos progressos está perfeito. O importante é que vocês desenvolvam uma "fé como água corrente" que flui contínua e incessantemente como um rio que gradativamente aumenta de tamanho até desembocar no vasto oceano.

Budismo existe para libertar as pessoas, não para restringi-las. O importante é se dedicarem, mesmo um pouco, todos os dias. O alimento que ingerimos diariamente transforma-se em energia para o nosso corpo.
Nossos estudos, também, tornam-se um bem valioso quando dedicamos firmes esforços a isso dia após dia. Por essa razão, devemos viver cada dia de forma a nos desenvolvermos continuamente. E a força propulsora para realizarmos isso é o Gongyo.

Num certo sentido, não existe uma prática budista mais simples do que fazer o Gongyo e o Daimoku, não temos que praticar estranhas austeridades como em algumas tradições budistas esotéricas. Também no caso de um mecanismo, quanto mais sofisticada for a tecnologia, será mais fácil operá-lo. Da mesma forma, a superioridade do Budismo de Nitiren Daishonin nos capacita a extrair o estado de Buda por meio da prática mais simples.

No entanto, uma vez que a prática budista é realizada em meio a nossa vida diária, é muito fácil ficarmos com preguiça, ou negligenciá-la. Por isso, talvez não haja nenhuma prática mais difícil do que a da continuidade.

Todavia, se desafiarmos para realizá-la um pouquinho mais cada dia, sem perceber teremos construído um caminho para a felicidade na profundeza da nossa vida; teremos construído um sólido dique que impedirá de sermos arrastados para a infelicidade.

O Nam-myoho-rengue-kyo incorpora o nome e a vida de Nitiren Daishonin. Aquele que recita o Daimoku consegue evidenciar o estado de vida do Buda Nitiren Daishonin dentro da sua própria. Certamente haverá de se atingir o Estado de Buda.

O Universo é composto por um incalculável número de partículas elementares: prótons, elétrons, nêutrons, fótons; e também por átomos que compreendem os elementos químicos, tais como hidrogênio, oxigênio e cálcio.

Essas mesmas partículas e elementos constituem nosso corpo. Um estudioso sugeriu que " o corpo humano é feito do mesmo material que das estrelas", e denominou os seres humanos de "filhos das estrelas".

Nosso corpo não somente é feito da mesma composição do Universo como também é governado pelos mesmos princípios básicos de geração e desintegração e pelo ritmo de vida e morte que permeia o cosmos.

Quando fazemos o Gongyo e o Daimoku diante do Gohonzon, o microcosmo de nossa vida individual entra em fusão com o macrocosmo do Universo.

Atualmente existem pessoas que têm fé no Sutra de Lótus. Entretanto alguns crêem como chamas ardentes, enquanto outros como a água corrente. Quando os primeiros ouvem sobre o Budismo, entusiasmam-se como o fogo, mas quando permanecem afastados, são dominados pela mente disposta a abandonar a fé. Como água corrente - significa crer continuamente sem nunca retroceder. (Nitiren Daishonin).

Fontes: Keiko Nakayoshi (Como se pratica esse Budismo de Nitiren Daishonin? )