Chama-se "Gosho" ou "Gosho Zenshu", a recopilação de escritos que estabeleceu o Buda Original, Nitiren Daishonin, ao longo de sua vida consagrada a propagar o Budismo e estabelecer as bases do Kosen-Rufu.
A palavra Gosho aplica-se a todo o corpo de escrituras, a cada carta que Nitiren Daishonin escreveu. "Go" é um prefixo honorífico. "Sho" significa "escrito".
A designação Gosho não foi empregada pessoalmente por Daishonin, mas quem a empregou foi Nikko Shonin, seu sucessor imediato, para enaltecer cada uma das frases escritas por seu mestre com o fim de estabelecer o Verdadeiro Budismo.
Nikko Shonin fez esforços extraordinários para recopilar, copiar e preservar a obra de seu mestre. Sua grande preocupação era evitar que as cartas e teses do Buda se perdessem, pois, graças a relação de mestre e discípulo, ele sentia que nelas estava a base do futuro do Kossen-Rufu.
Muitos mestres e sábios da época escreviam seus ensinamentos em chinês clássico, que era incompreensível às pessoas sem erudição. Também dedicavam-se a escrever apenas teses e tratados de fundo acadêmico.
Sem dúvida, Daishonin tinha uma única preocupação: salvar as pessoas anônimas e manifestar em cada uma seu próprio estado de budicidade; dar ao povo sua verdadeira dignidade, compartilhando com ele a grandiosa sabedoria de Buda e fazer com todos fossem budas como ele.
Por isso escrevia com estilo sobressalente e depurado, mas com simplicidade de um verdadeiro sábio. Quando dirigia-se a uma senhora que não havia tido uma educação acadêmica, escrevia em um dialeto popular, o que lhe valia o desdém de certos eruditos e elitistas.
Quando dirigia-se ao governo, aplicava os recursos do estilo literário, mas iluminado pela chama da verdade e da sabedoria. Seu modo de escrever era contundente, antecipado a sua época, vigoroso, cheio de benevolência, livre de toda superficialidade. Cada palavra de Daishonin é letra viva e transcende toda circunstância de tempo e espaço. Por isso, hoje, sete séculos depois, continuamos lendo o Gosho com se houvesse sido escrito para nós, na época atual.
No Gosho incluem-se tratados da doutrina, registros de ensinos orais, cartas de admoestação, gráficos, cartas a seus discípulos e seguidores leigos, e outras escrituras. Hoje são preservadas mais de setecentas obras de Daishonin, entre as quais, manuscritos originais e cópias de seus sucessores, textos completos e fragmentos.
No ano de 1951, o segundo Presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, teve a determinação de promover a edição e compilação do Gosho. Para isso solicitou autorização ao Sumo Prelado Nitiko Hori, brilhante erudito, que aplaudiu o projeto e se uniu a ele encarregando-se da supervisão editorial.
Desta forma, em abril de 1952, o dia da celebração do sétimo centenário do Verdadeiro Budismo, pode-se contar com a versão autorizada e definitiva do Gosho Zenshu, graças ao trabalho da Soka Gakkai.