BS Edição Nº 2039
Orar corretamente o Nam-myoho-rengue-kyo diante do Gohonzon é eficiente, simples e benéfico. Mas como extrair o máximo dessas orações?
O que é?
A oração é uma alavanca que quando utilizada tendo o Gohonzon como ponto de apoio transforma qualquer situação.
Como assim?!
“Deem-me uma alavanca e um ponto de apoio e eu moverei o mundo”. Essa frase é atribuída a Arquimedes, inventor, matemático e físico grego. Fazendo uma analogia tem-se uma noção da relação da oração, Gohonzon e Kossen-rufu.
A oração corresponde a alavanca, o ponto de apoio é o Gohonzon e mover o mundo consiste em agir em prol do Kossen-rufu. Está tudo interligado.
Resposta às orações
O presidente Ikeda foi perguntado se todas as orações ao Gohonzon são respondidas. Ele afirmou com total convicção: “Sim. Com certeza. O Gohonzon nos capacita a concretizar todas as nossas orações. Elas são seguramente respondidas”. (Juventude: Sonhos e esperanças, volume 2, pág. 150).
Nitiren também afirma: “Não obstante, mesmo que alguém errasse ao apontar para o chão, mesmo que alguém unisse os céus, que o fluxo e o refluxo da maré cessassem e que o sol nascesse no oeste, jamais aconteceria das orações do devoto do Sutra de Lótus não serem respondidas.” (END vol.5, pág.138).
A alavanca da vitória
Mas para ser respondida, a oração precisa ser correta. Se não há resposta é porque não está utilizando a alavanca. Somente um ponto de apoio não basta, é preciso a alavanca.
O que é oração correta?
Oração certa acontece quando você ora com a postura e a convicção de que não há oração sem resposta. Acreditar sinceramente e recitar Daimoku orando diante do Gohonzon com a convicção de que não há oração sem resposta é o requisito para a oração produzir benefícios em profusão.
A oração funciona quando feita com foco, fervor e postura certas. Se não produz uma resposta satisfatória é porque não há a oração no sentido correto:
“Uma atitude vaga e dispersa durante a oração é como atirar uma flecha sem mirar o alvo. Devem orar com uma forte e apaixonada determinação de concretizar sua oração. Aquele que pensa ‘Se eu orar, tudo ocorrerá bem’, na verdade está demonstrando apenas um desejo. Uma fervorosa oração — a oração do fundo do coração e com toda a vida — será infalivelmente comunicada ao Gohonzon” (Ibidem, pág. 165).
Ore até conseguir
O ponto chave é manter a prática até a vitória total. “O Gohonzon não tem obrigação de responder nossas orações, nem nos solicitou que orássemos para ele. Nós é que pedimos para orar ao Gohonzon. Se cultivarmos tal sentimento de gratidão e apreciação, nossas orações serão respondidas mais rapidamente. [...] O mais importante é continuar orando até que sejam respondidas.” (Ibidem, pág. 161).
Como age a oração?
A oração purifica os desejos, transforma-os em sentimentos sinceros e os converte em energia vital que impulsiona a agir em prol da conquista daquilo que deseja. O resultado de uma oração correta é sabedoria, força e coragem geradas no momento da oração. Sua convicção aumenta por que se baseia na compreensão prática de que não há oração sem resposta.
O mecanismo
“Não há nada de extraordinário em relação à oração; ela se resume em simplesmente desejarmos algo de todo o coração. O mais importante é o coração. Com relação a isso, é essencial que oremos com profunda fé, respeito e amor ao Gohonzon em nosso coração.” (Ibidem, pág. 156).
Quem responde nossas orações?
Nós próprios causamos a resposta às nossas orações. Por isso deve ser feito corretamente.
O presidente Ikeda afirma: “Quem responde nossas orações? Somos nós — com fé e esforço. Ninguém mais faz isso por nós. Se nossas orações serão ou não respondidas depende de nós. [...] Se e quando nossas orações serão respondidas pode ter vários significados. Mas não há nenhuma dúvida que nossa vida começa a mudar de forma favorável a partir do momento em que começamos a orar.” (Brasil Seikyo, edição no 1.560, 17 de junho de 2000, pág. A3)
Orar para que?
Somos livres para orar para aquilo que desejarmos. Por que a “resposta” que nunca falha é a capacidade de gerar valor em qualquer circunstância, seja positiva ou negativa. A “resposta” é a conquista de um estado de vida em que tudo passa a ser motivo de alegria e fonte para aumentar ainda mais a boa sorte.
Em outras palavras orar gera um estado de vida amplo e forte. E a prática da fé capacita você a assumir a responsabilidade plena da própria vida.
Budismo é bom senso
Num diálogo, um líder comentou ao presidente Ikeda que algumas pessoas manifestaram preocupação pelo fato de algumas de suas orações não terem sido respondidas.
Presidente Ikeda: Nós praticamos uma fé em que ‘nenhuma oração fica sem ser respondida’.
Em primeiro lugar, precisamos ter convicção nisso. No entanto, haverá ocasiões em que nossas orações serão respondidas e outras em que isso não ocorrerá. Mas, enquanto continuarmos a recitar Daimoku, no final tudo seguirá a melhor direção possível. Isso fica claro quando depois olhamos para trás.
O mais importante é que a luta que empreendemos para que nossas orações sejam respondidas nos torna ainda mais fortes.
Se todas as nossas orações fossem imediatamente respondidas, acabaríamos ficando mimados e decadentes, e passaríamos a viver de forma indolente, evitando o esforço e o trabalho árduo. Nós nos tornaríamos frívolos.
Qual seria, então, a questão da fé? A vida é uma sucessão de acontecimentos. Enfrentamos todos os tipos de dificuldades. Assim é a vida. É graças a essa variedade que podemos conduzir uma existência realizada e feliz. Isso nos dá condições de crescer e desenvolver um estado de vida amplo e forte.
[Comentário do líder]: Com certeza, se todos os membros da SGI orassem para ganhar na loteria, seria impossível que todos tivessem suas orações respondidas!
Presidente Ikeda: Se tudo pelo que orássemos se tornasse realidade instantaneamente, seria como uma mágica. Isso vai contra a razão. Não se pode ter arroz cozido simplesmente pondo a panela no fogo sem nenhum arroz dentro. O budismo é bom senso. Ele ensina o caminho correto da fé manifestando-se na vida diária. Uma fé que ignora a realidade não é fé. Isso não existe. Nossos desejos não serão concretizados se não empenharmos um verdadeiro esforço. (Ibidem.)
Qual é o benefício da oração?
Nitiren Daishonin foi tão preciso ao propor sua oração que a própria recitação do Nam-myoho-rengue-kyo é, em si, o maior beneficio. Afinal, “Não há alegria maior que recitar o Nam-myoho-rengue-kyo.” (Brasil Seikyo, edição no 1503, 10 de abril de 1999).
A maior das alegrias
A recitação de Daimoku é em si o máximo da alegria porque coloca o praticante em contato direto com a Lei Mística.
Por isso Nitiren Daishonin recomenda que independentemente do que aconteça, continue recitando o Nam-myoho-rengue-kyo. A resposta da oração correta é a alegria profunda de estar recitando.
O Gohonzon e a oração fazem brotar energia vital, sabedoria, força e coragem.
No ato de orar você sente alegria e fica no tom, no ritmo harmonioso do próprio Universo.
Eu e a Lei
A oração é o seu diálogo com a Lei. E o Daimoku é a linguagem que a Lei entende e reage perfeitamente. Por isso a oração não precisa ser de lamentação, de reclamação.
A oração é um momento de fusão com a Lei e deve ser realizada solenemente. Dialogar diretamente com a Lei é a grande maravilha descoberta e deixada por Nitiren Daishonin.
Quanto tempo de oração
Nos seus escritos, Nitiren recomenda que deve-se recitar o Nam-myoho-rengue-kyo até sentir alegria no coração.
Ele não especifica um tempo para isso, pois depende da fé, do itinen de quem recita. Quanto mais alegria se sente ao recitar, mais se recita.
A oração correta é tão estimulante e empolgante que não dá vontade de parar.
Oração e cotidiano
Imagine uma situação que te incomoda, desanima e irrita. Essa reação negativa acontece porque seu itinen está focado nessa realidade.
A oração correta faz você focar na Lei, que possui a máxima energia e sabedoria. Aí, naturalmente, desaparecerão imediatamente as sensações negativas e será criado valor positivo. O benefício é justamente vencer em meio a realidade, qualquer que seja a situação.
Seja você mesmo
O que é melhor pensar no momento da oração? O presidente Ikeda conclui:
Faz parte da natureza humana pensar em si próprio. O importante é orarmos diante do Gohonzon da forma como somos.
Se nos apresentamos com um ar arrogante mostramos um ‘falso eu’. O Gohonzon não responde a mentiras.
Quando recitamos Daimoku por causa de nossas maiores preocupações ou maiores desejos, nosso estado de vida se abre naturalmente e vamos desenvolvendo aos poucos o espírito de orar não apenas para nós próprios, mas também pela felicidade de nossos amigos e pelo Kossen-rufu.
Além do mais, creio que é vital desafiarmo-nos para termos grandiosas orações. A questão central é que temos total liberdade de orarmos para o que desejarmos. (Brasil Seikyo, edição no 1.560, 17 de junho de 2000, pág. A3).
Temas já abordados nesta série de Estudos do BS: Benefício (BS 2.034) Gohonzon (BS 2.036) Esperança (BS 2.037) Itinen (BS 2.038) Oração (BS 2.039)