sexta-feira, 24 de junho de 2011

Não faça nada pela metade

Edição 2088 - Publicado em 18/Junho/2011

O princípio místico da “Verdadeira Causa”

Ação e comportamento

Conforme tratado na edição anterior, a oração produz respostas por meio do comportamento. Sem uma ação coerente não há benefício.

Qual tipo de ação é capaz de tornar real as orações?

Como a Lei Mística se manifesta na vida diária?

O princípio da “Verdadeira Causa” trata desse ponto. Dê o melhor de si em tudo. Tal postura abre as portas para que a Lei Mística manifeste toda a sua força na vida diária.

O princípio da “Verdadeira Causa”


Este princípio é a causa para se atingir o estado de Buda. É a fonte da felicidade absoluta. Nitiren Daishonin identificou esta “Verdadeira Causa” como a Lei do Nam-myoho-rengue-kyo.


A causa da iluminação de todos os Budas

Todos os Budas se iluminaram a partir deste princípio. É chamada verdadeira ou fundamental porque é a causa original da iluminação de todos os Budas.

Importante

A causalidade expressa por este princípio indica as causas e os efeitos que dizem respeito a atingir o estado de Buda. O estado de Buda é o efeito, e a prática para atingi-lo é a causa. Para funcionar, os dois devem ocorrer simultaneamente.


Não confunda

A ideia apresentada por este princípio pode chocar com a visão geral das pessoas que pensam que ao realizar a prática budista (a causa), podem posteriormente atingir a iluminação (o efeito). Não é nada disso!

Simultaniedade


Sobre isso, o presidente Ikeda comenta: “Quando praticamos o Nam-myoho-rengue-kyo (a ‘Verdadeira Causa’ para atingir o estado de Buda), a nossa prática já abarca o mundo do estado de Buda (o ‘Verdadeiro Efeito’). O Nam-myoho-rengue-kyo é, ao mesmo tempo, a ‘Verdadeira Causa’ e o ‘Verdadeiro Efeito’ do estado de Buda” (Brasil Seikyo, edição no 1.455, 4 de abril de 1998, p. 3).

Por que só funciona simultaneamente?


O “Verdadeiro Efeito” representa um ideal. A “Verdadeira Causa” representa a realidade. A realidade deve ser inspirada por um ideal elevado; caso contrário, ela não muda.

Não espere
Um budista não espera que a simultaneidade ocorra magicamente. Esperar que de algum lugar, em algum momento, ela vai ocorrer, é errado.

Não é mágico, é místico!


Simultaneidade na prática, significa agir sempre como um Buda em todos os aspectos. No trabalho, por exemplo, ao realizar algo você decide: “Executarei esta tarefa como um Buda executaria, empregando o máximo do meu entusiasmo, sabedoria e alegria”. Isso é aplicar a simultaneidade da causa e efeito na vida diária. Agindo assim, você vai se surpreender, ao ver o “místico” agir em sua vida.

A postura do Mestre


O presidente Ikeda demonstra pelo próprio exemplo como aplicar este princípio: “Desde que eu era jovem, minha firme determinação tem sido ‘empenhar milhões de kalpas de esforço’ em todas as batalhas como discípulo do Sr. Toda. Para apoiar e ajudar meu mestre e concretizar cada um de seus sonhos e objetivos, jurei dar o máximo de mim em cada instante da vida” (Brasil Seikyo, edição no 2.004, 19 de setembro de 2004, p. A3).

Viva com a força de um leão no ataque


Nitiren Daishonin afirma: “Diz-se que o leão, rei dos animais, avança três passos e então recua um para saltar, desprendendo a mesma força quando apanha uma diminuta formiga ou ataca ferozes animais. Ao inscrever este Gohonzon para a sua proteção, Nitiren é igual ao rei leão. É isto o que o sutra quer dizer com ‘a força de um leão no ataque’” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. I, p. 275). 
Esforço concentrado


“Nitiren pede a nós, praticantes da Lei Mística nos Últimos Dias da Lei, para realizarmos um esforço concentrado digno de incontáveis kalpas a cada momento de nossa vida. Esta, diz ele, é a prática da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo. Em outras palavras, recitar Daimoku é a verdadeira prática que condensa a eternidade num único momento da vida” (Brasil Seikyo, edição no 2.004, 19 de setembro de 2004, p. A3).

“Nunca me esforcei pela metade”

“Por toda a minha vida, dediquei-me ao máximo em cada batalha que empreendi. Nunca me esforcei pela metade. É por isso que consegui alcançar uma longa e consecutiva lista de vitórias. Cada um de nós deve aplicar as habilidades ao máximo e brilhar com todo esplendor, cada um a sua própria maneira, que é única. Esse é o mundo Soka.

Seja recitando o Gongyo ou o Daimoku, estudando o Budismo, participando nas reuniões de palestra ou nos esforçando para concretizar Chakubuku, as atividades da Soka Gakkai nos proporcionam oportunidades inestimáveis para transformar nossa vida. Vamos continuar a avançar com coragem, abraçando a filosofia da revolução humana, que permite a cada indivíduo extrair seu infinito potencial” (Brasil Seikyo, edição no 1.914, 3 de novembro de 2007, p. A3).

Conclusão


Você se coloca inteiro numa tarefa, com o único propósito de vencer. Isso é agir de acordo com a “Verdadeira Causa”.

Doar-se, dar aquilo que você tem de melhor é “não poupar a própria vida”. Dê o seu melhor.

E o melhor que um ser humano pode oferecer é o próprio estado de Buda. Não poupar a própria vida significa doar o seu estado de Buda. Não há ação em que isso aconteça melhor do que na prática do Chakubuku. Realizar o Chakubuku é realizar a prática da “Verdadeira Causa” no seu grau máximo. Em outras palavras, é o Kossen-rufu.

Poesia

Um poema do universalmente conhecido poeta português Fernando Pessoa resume também, e de forma bela, este princípio:

Para ser grande, sê inteiro:

nada Teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa.

Põe quanto és
No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda

Brilha, porque alta vive.