terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Atingir a Iluminação na Presente Existência

O objetivo último da prática da fé está em manifestar a condição de Buda em nossa própria vida.

Certamente, a sincera dedicação na prática individual e altruística, acreditando no Gohonzon, possibilita às pessoas alcançarem a condição do estado de Buda ao longo de sua existência. Isto se chama “atingir a iluminação na presente existência”.

Nitiren Daishonin afirma: “Se os devotos do Sutra de Lótus praticarem exatamente como ensinado nos sutras, todos, sem exceção alcançarão o estado de Buda na presente existência. Citando uma analogia, se alguém semeia uma planta na primavera e no verão, mesmo que seja mais cedo ou mais tarde, com certeza ao longo do ano será possível fazer a colheita”. (WND, vol. 2, pág. 88).


A iluminação não significa em absoluto se tornar uma pessoa especial, totalmente diferente da atual, nem passar a viver em um paraíso afastado do mundo real. Daishonin afirma que a iluminação nada mais é que “abrira condição de vida do Buda inerente em si próprio.

Portanto, iluminação não significa viver em um outro mundo distante da realidade atual, mas sim, edificar uma condição de vida de absoluta felicidade indestrutível perante quaisquer circunstâncias.

Tendo como base as particularidades existentes na cerejeira, no pessegueiro, na ameixeira e no damasqueiro, Nitrien demonstra que iluminação indica um modo de viver em que se extrai plenamente a característica própria de cada indivíduo.

Portanto, a condição de iluminação é aquela em que se purifica a vida de forma ampla e se faz manifestar ao máximo a potencialidade que cada um possui, cultivando, assim, uma vida inabalável perante quaisquer tipos de dificuldades.

Por outro lado, a iluminação não deve ser encarada como um “ponto de chegada”. A condição de iluminação se encontra em meio a uma batalha contínua do bem contra o mal, acreditando na Lei Mística. Em suma, o Buda é a pessoa que batalha ininterruptamente em prol do Kossen-rufu ( desenvolvimento do ser humano para atingir a paz mundial).


Felicidade relativa e felicidade absoluta

O segundo presidente Jossei Toda afirmava que há dois tipos de felicidade: a relativa e a absoluta.

 A felicidade relativa indica, por exemplo, a satisfação de uma conquista material ou de algo que tanto se deseja.
Porém, essa satisfação não é duradoura pois não há limites para os desejos.
A felicidade conquistada em função de fatores externos se abala e desaparece imediatamente quando tais fatores mudam.

Em contrapartida, a felicidade absoluta indica uma condição de vida que não está presa a fatores externos mas, sim, manifesta-se pelo simples fato de se estar vivendo.
Este tipo de felicidade nada mais é que a condição do estado de Buda ou de iluminação.

Naturalmente, para uma pessoa que vive em meio à realidade, as dificuldades e os sofrimentos estão sempre presentes.

Fazendo uma analogia, uma pessoa de boa saúde poderá escalar uma montanha, sem nenhuma dificuldade, mesmo carregando uma bagagem de considerável peso em suas costas.

Da mesma forma, uma pessoa que consegue estabelecer uma vida de felicidade absoluta pode ultrapassar tranquilamente mesmo as maiores adversidades, manifestando uma forte energia vital e transformando as dificuldades numa mola propulsora para seu desenvolvimento.

A pessoa saudável que escala uma montanha sentirá maior prazer da vitória quanto mais íngreme for o trajeto.

Da mesma forma, para uma pessoa com forte energia vital e sabedoria para ultrapassar as dificuldades, este mundo real repleto de condições adversas é, em si, o local mais adequado para o próprio desenvolvimento e a manifestação de seu valor.

De um outro ponto de vista, a felicidade relativa que dependente do ambiente desaparece juntamente com a morte.

Porém, conforme próprio Daishonin afirma em seus escritos, a felicidade absoluta, que é uma condição de vida do Buda, é eterna, capaz de ultrapassar até mesmo a morte.

Abreviações: WND - The Writings of Nichiren Daishonin Escritos - Os Escritos de Nitiren Daishonin END - As Escrituras de Nitiren Daishonin Fonte: Revista Daibyakurengue, outubro de 2007.