quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Perguntas e Respostas I

TC Edição 2112 

Questionamentos de estudantes com respostas que são a chave para o futuro, publicados na SGI Graphic de 8 de agosto de 2011


A chave para o futuro

1 - Briguei com meu amigo. O que devo fazer?

“Embora tenha se desentendido com seu amigo, não há razão para se sentir amargurado ou pensar em acabar com a amizade. Mude a atmosfera da situação, e tente lidar com isso de uma ótica renovada. 
Em alguns casos, pode ser que você seja mais culpado que seu amigo. 
Em outros, seu amigo pode ter mais culpa que você. 

No entanto, nessa circunstância, levará algum tempo para refletir e, em seguida, iniciar um diálogo com ele. Se fez algo errado, deveria pedir desculpas. Se você se comportar dessa forma, vai transformar esse desentendimento em oportunidade para cultivar uma amizade ainda maior.”

2 - Como descreve seu trabalho?

“Meu trabalho consiste em incentivar as pes­soas. Escrevo ensaios, artigos, poemas e outros textos porque o que mais desejo é alegrar o coração delas. Há algumas com as quais eu posso me encontrar, mas com muitas outras, não. Embora umas vivam perto de mim, outras vivem em lugares distantes. 

Ao longo do ano, pelos 365 dias, de manhã e à noite, eu as encorajo enviando orações para ‘que essa pessoa se torne mais alegre’, ‘que essa pessoa possa ser ainda mais feliz’.”

3 - Qual é a coisa mais importante da vida?

“A amizade. A amizade é um tesouro. É algo que eu testemunhei em minha própria vida. E digo isso como alguém que já viveu essa experiência na vida. 

Ao expandir e aprofundar as amizades, própria vida se expande e se aprofunda. A amizade divide as tristezas pela metade e traz alegrias em dobro.”

4 - O que é mais importante para nós, como membros [da Gakkai], em meio à sociedade?

“Espero que se tornem indivíduos que cumprem o que prometem. Até hoje, conheci muitos líderes mundiais e todos eles sabem a importância de manter suas promessas. Eu mesmo, também, sempre me esforcei com firmeza para manter todas as minhas promessas, sem falha. Acredito que pessoas leais são os maiores seres humanos.

5 - Qual é o propósito da educação universitária?

“Acredito que a faculdade existe principalmente para aqueles que não tem condições de cursar o nível superior. Aqueles que são privilegiados o suficiente para frequentar uma universidade devem se dedicar com afinco para o bem daqueles que não desfrutam de tal privilégio.”

6 - Que tipo de sonhos você acalentava quando criança?

“Durante minha infância, eu acalentava dois sonhos. 
O primeiro era escrever romances que perdurariam pelo futuro, mesmo que meu nome não fosse reconhecido em vida. 
E o segundo era poder plantar cerejeiras e ajudá-las a florir de modo que muitas pessoas abrissem seu coração e se tornassem felizes.“

7 - Como se saía quando estudava?

“Sempre me esforcei ao máximo. Dizia a mim mesmo: ‘mais um passo’ e ‘mais cinco minutos’. Mais do que focar em um modo particular de aprender, tentei simplesmente estudar seriamente tanto quanto fosse possível. ‘Um passo a mais, e mais cinco minutos.’ Dessa forma, continuei perseverando.”

8 - Acho difícil ouvir conselhos de outros sobre meus defeitos.

“Quando apontam suas falhas, lembre-se de que isso faz parte do processo para aprimorar sua identidade. 
Rebelando-se quando alguém diz algo para você e coisas desagradáveis para os outros não traz vantagem para ninguém. 
O importante é ser sábio. Tendo por perto pessoas que apontam seus defeitos ajuda a eliminar seus maus hábitos pela raiz, o que, no longo prazo, será muito valioso em sua vida.”
9 - O que você sente quando tira fotos?

“Sempre clico o botão com a sensação de que estou me envolvendo num diálogo com a natureza. Por meio desse diálogo, vejo a verdadeira expressão da humanidade e da vida. A natureza é como um espelho.”

10 - É possível que eu não tenha uma missão particular [de vida]?

“Você ainda é jovem. Portanto, é muito cedo para julgar o que pode fazer em sua vida e em que se tornará com apenas 10 anos. 

Mesmo que acredite não merecer uma missão importante, penso que sim. Tenho fé em você, o respeito. Cada um tem uma missão única a cumprir.”

11 - Como contribuir com a sociedade?

“Os jovens devem aprender um idioma estrangeiro seriamente e dominá-lo com fluência. É claro que o desejo de se unir aos companheiros e promover a paz mundial é o mais importante, mas dominar outras línguas é um meio essencial para alcançar esse objetivo. 

Muitos aprendem japonês em países estrangeiros. Acho que é necessário que mais japoneses aprendam uma língua estrangeira e conversem com pessoas de diferentes culturas. Essa é a chave para desempenhar um papel significativo na comunidade global.”

12 - Não gosto de estudar, o que posso fazer?

“Há dezenas de desculpas para não estudar. Você pode culpar o professor, seus pais ou a sociedade. Mas não importa qual desculpa inteligente encontre, não vai te fazer mais digno, melhor ou mais atraente. 

Sem se preocupar com os resultados, basta se esforçar para começar a realizar algo, então estará livre de escapismo e cultivará o hábito de esforçar-se. Isso pode até mesmo ser definido como o objetivo de seus estudos. Criar o hábito de estudar o ajudará em tudo.”

13 - O que você pensa sobre a guerra?

“Nada é mais miserável que a guerra. Não podemos permitir que as memórias trágicas da guerra desapareçam. Durante a guerra (1937-1945), meu irmão mais velho foi enviado para combater na China. Quando retornou de licença, meu irmão, um homem de boa índole, disse, com raiva, que o Japão estava errado: “O comportamento do Japão é abominável e, nesta situação trágica, eu me sinto muito triste pelo povo chinês”. 

Meu irmão morreu no campo de batalha na Birmânia (atual Mianmar). Ao ouvir a notícia [do falecimento de meu irmão], minha mãe sentiu a mais profunda tristeza. Observei sua condição de coração partido. Esta imagem permanece para sempre gravada em minha memória. Devemos deixar como herança para a próxima geração a verdade nua e crua sobre a guerra, de modo que tais tragédias nunca mais se repitam.”

14 - Estou preocupado por não poder falar com ninguém que sofro bullying.

“Gostaria de enfatizar que falar com alguém de confiança sobre estar sofrendo bullying não é motivo para se envergonhar. Não há necessidade de carregar dentro de si esse tipo de ansiedade. 
Precisa saber que ser intimidado não é culpa sua. Obviamente, é o valentão quem está totalmente errado.”

15 - Para que os seres humanos vivem?

“Gosto de perguntas que começam com “para quê?” Para que você estuda? Para que persevera? Para que você existe? 

Essas perguntas são mais importantes quando pensamos sobre seus sonhos e o futuro. Se seus sonhos são apenas para si mesmo, eles tendem a terminar em vão, resultando somente em egoísmo ou desobediência, isto é, uma existência solitária. Viver para as pessoas, os pais, a sociedade, a justiça e a paz — esses sonhos construídos sobre a extensão desses objetivos de vida são genuinamente grandes sonhos.”

16 - Tenho vergonha de expressar gratidão aos meus pais. O que devo fazer?

“O fato de ser ou não um grande ser humano é determinado pelo quanto consegue apreciar os esforços dos outros e pagar os débitos de gratidão. 

Sinceramente, quero que cada um de vocês seja gentil com seus pais e que os protejam. Façam que se sintam felizes e seguros, conversando com eles francamente e desempenhando um papel ativo para a construção de um lar aconchegante e harmonioso.”

17 - Qual é a alegria da leitura?

“Aqueles que descobrem a grande alegria da leitura têm vida mais rica e perspectivas mais amplas do que aquelas que ainda não despertaram para isso. Encontrar um bom livro é como encontrar um bom professor. A leitura é um privilégio apenas dos seres humanos. 

Nenhum outro ser vivo do planeta tem capacidade de ler. Por meio da leitura, entramos em contato com centenas e milhares de vidas, e compartilhamos com os sábios e filósofos de um tempo bem distante, como dois milênios atrás.”

18 - Me preocupo com o que os outros dizem de mim.

“Em meio à nossa turbulenta sociedade, há um conselho que não muda nunca: independentemente da época ou do que outras pessoas dizem, não se deixe levar e ser desviado de suas convicções fundamentais. É importante ter uma convicção tão firme e imutável como o Monte Fuji. Quero que cada um desenvolva uma condição interior tão inabalável como uma majestosa montanha, um eu corajoso, persistente e bem disposto.”

19 - Qual a maneira correta de orar?

“Basta ser você mesmo quando orar. Encare o Gohonzon como a base fundamental de sua vida, compartilhe seu coração e seus problemas com ele — faça isso naturalmente, como uma criança que busca sua mãe. 
Quando estiver sofrendo ou mesmo triste, não há necessidade de demonstrar um rosto corajoso ou fingir que está tudo bem. Apenas ore exatamente como você é, expressando os sentimentos que vêm do seu coração.”

20 - Qual é a importância de realizarmos Gongyo e Daimoku de manhã e à noite?

“Realizar Gongyo e Daimoku consiste em uma cerimônia na qual compartilhamos nossos sentimentos e pensamentos com o universo. 
Por nos dedicarmos a essa prática diante do Gohonzon, o microcosmo de nossa existência entra em fusão com a força vital que permeia o universo inteiro, isto é, o macrocosmo. 

Ao realizarmos essa prática com regularidade, pela manhã e à noite, nossa força vital — motor da vida humana — brota com força cada vez maior.”

21 - Como devo agir com pessoas difíceis de lidar?

“É importante orar pelas pessoas que talvez você não goste ou ache difícil de lidar e até mesmo por quem tenha algum ressentimento. Isso pode parecer difícil, ou impossível num primeiro momento, mas se se desafiar e orar por eles, definitivamente impulsionará tudo para melhor. Ou você mudará ou quem mudará será a outra pessoa. 

De qualquer maneira, abrirá um novo caminho de liderança rumo a uma direção positiva. Muitos pessoas já experimentaram isso antes. O mais importante é que se transforme, que se torne o tipo de pessoa que pode orar, inclusive por aqueles dos quais não gosta. Isso será seu maior tesouro.”

22 - Não consegui entrar na escola que escolhi. O que devo fazer?

“Há alguma certeza de vida feliz só porque se é graduado em uma escola de prestígio? Não! Sabemos que, na verdade, não. E se graduar numa escola de segunda ou terceira categorias significa que sua vida é um fracasso? Claro que não. 

Muitas pessoas grandiosas concluíram apenas o ensino fundamental. Tudo se resume a um único ponto: aqueles que conquistam o sucesso nos desafios que estabeleceram para si são vencedores e levam uma vida feliz. Essa é a chave.”

23 - O que o Sr. Makiguti (1871-1944) e o Sr. Toda (1900-1958) pensavam sobre a guerra?

“Tanto o Sr. Makiguti como o Sr. Toda acreditavam firmemente que a guerra é uma fonte de miséria, enquanto a educação proporciona o meio para a felicidade. 
A guerra atropela a vida, ao passo que a educação a enobrece e dignifica. 
A guerra divide a humanidade, a educação nos une. A guerra rouba o futuro da juventude, enquanto a educação abre ilimitados horizontes cheios de esperança para os jovens. Com base nessa convicção, o Sr. Makiguti e o Sr. Toda aspiravam pela criação de fortalezas perenes da educação e a criação de uma rede educacional que unisse os jovens ao redor do globo. Eles estavam certos de que isso seria capaz de pôr fim à guerra. 

Essa foi a firme convicção de ambos de que o triunfo da educação significa um futuro de triunfo duradouro para a humanidade.”

24 - Revolução humana é diferente de qualquer outro processo de crescimento e desenvolvimento humano?

“Revolução humana significa uma guinada. Uma mudança repentina e dramática. A mudança gradual ao longo dos anos, na medida em que crescemos e amadurecemos, faz parte do processo natural da vida. Mas ela ocorre quando transcendemos o ritmo normal de crescimento e conquistamos uma rápida mudança para melhor. 

O processo de revolução humana é de melhoria constante e acentuada, que nos permite continuar a crescer por toda a eternidade. Em nossa jornada rumo à realização pessoal nunca vamos atingir um limite, um beco sem saída. A fé é nossa força motriz, a fonte de energia para a nossa revolução humana.”

25 - Que tipo de trabalho melhor contribui para a paz mundial?

“Desejar se dedicar pela causa humanística, defender os direitos humanos e propagar os ideais do Budismo e trabalhando para a felicidade das pessoas e seu bem-estar é uma aspiração verdadeiramente louvável. 
 
Isso não significa que você não possa contribuir para a paz a menos que tenha uma profissão especial. Ao mesmo tempo que alguém deseja trabalhar para as Nações Unidas ou se tornar um trabalhador voluntário no exterior, há muitas pessoas lutando pela paz à sua maneira humilde por meio de ampla gama de outras profissões.”