domingo, 28 de março de 2010

Participe desta experiência mística!

São 12 dias de mantra – Nam Myoho Rengue Kyo – sempre no mesmo horário. Embarque nesta aventura!

Dia 1 – Prepare-se para esta viagem!
Determino trabalhar arduamente para a transformação do meu carma nestes 12 dias.
Transformarei o meu carma ao mesmo tempo que criarei valor na vida das pessoas que tiver contato.
Estarei atento a todas as oportunidades para que esta viagem seja um sucesso.

Dia 2 – A importância das minhas pegadas!
"Existe uma única estrada e somente uma, e essa é a estrada que eu amo. Eu a escolhi. Quando trilho nessa estrada as esperanças brotam, e, o sorriso se abre em meu rosto. Dessa estrada nunca, jamais fugirei." (Daisaku Ikeda)
Determino que todas as situações que preciso transformar se manifestem em minha vida!

Dia 3 – Não estou sozinho!
Neste momento vários Bodhisattvas estão nesta viagem comigo.
Quando o Buda e os bodhisattvas, juntos, emitem um jorro de luz que ilumina o corpo do aspirante, seus olhos se abrem e tudo se torna claro. (Shakyamuni)
Determino que a sabedoria para enxergar e entender o meu carma se manifeste em mim.

Dia 4 – Eu tenho uma missão!
"Ensinar as pessoas significa lubrificar as rodas para que as mesmas possam girar; ou fazer flutuar um navio para que o mesmo possa ser movimentado facilmente." (Nitiren Daishonin)
Determino que serei vitorioso nesta viagem, assim como ensinarei a várias pessoas a transformarem as suas vidas e também, as convidarei para seguirem comigo neste caminho.

Dia 5 – Os desafios!
"Por mais que na batalha se vença a um ou mais inimigos, a vitória sobre a si mesmo é a maior de todas as vitórias." (Sakyamuni)
Determino que seguirei firme na minha Fé, Prática e Estudo e que nenhuma maldade me impedirá de chegar a Kyoto e cumprir minha meta. Acordarei o meu leão interno!

Dia 6 – Cada dia mais próximo da Vitória!
"Não viva no passado, não sonhe com o futuro, concentre a mente no momento presente." (Sakyamuni)
A energia e a força do meu daimoku move toda a energia do Universo!
Determino que hoje terei uma grande oportunidade para transformar o meu carma e ajudar a alguém a fazer o mesmo!

Dia 7 – O Leão acordou!
"Se cada um for invencível, não haverá problemas sem solução. Quando tivermos este espírito, o nosso potencial aumentar-se-á ainda mais e nenhum objetivo ficará sem ser concretizado. Todos os problemas terão solução todos os sofrimentos serão transformados em felicidade." (Daisaku Ikeda)
Sou um Buda e determino que cumpro a minha Missão todos os dias!
 "Se você não tem a coragem de ser um inimigo do mal, então também não pode ser um amigo do bem." (Makiguti)

Dia 8 – De Coração para Coração!
"Não busco recompensa alguma, nem mesmo renascer num paraíso; procuro, porém, o bem dos homens, procuro reconduzir os que saíram do Caminho, alumiar os que vivem nas trevas e no erro, banir do mundo toda pena e sofrimento." (Sakyamuni)
Determino que a minha vida é inundada de Coragem, Sabedoria e Felicidade.

Dia 9 – Tudo passa, Renasce e Renova!
"Sofra o que tiver que sofrer, desfrute o que existe para ser desfrutado, considere tanto o sofrimento como a alegria como fatos da vida e continue orando, não importando o que acontecer, e então experimentará a grande alegria da Lei." (Nitiren Daishonin)
Determino que crio valor em minha vida e na sociedade, não importando a situação.

Dia 10 – Em apenas 2 dias contemplarei a lua de Kyoto – a lua da Minha Vitória!
"Fortaleça sua fé dia após dia, mês após mês. Se enfraquecer mesmo um pouco, os demônios aproveitar-se-ão." (Nitiren Daishonin)
Determino que nunca serei derrotado pela maldade inerente em minha vida e muito menos pela maldade alheia!
Determino que sou um exemplo de Vitória e ensino as pessoas tudo que me foi ensinado!

Dia 11 – Tenho gratidão por tudo e por todos em minha vida!
"Maus amigos são aqueles que falando candidamente, insinuando, bajulando e fazendo habilidoso uso das palavras, conquistam o coração dos ignorantes e destroem a bondade da mente das pessoas." (Nitiren Daishonin)
Determino que a minha vida é iluminada pela minha natureza de Buda, e sendo assim vejo a verdadeira natureza de todas as pessoas e de todas as situações.

Dia 12 – A Borboleta é um símbolo de Transformação!

"Mesmo que fosse possível errar ao apontar a terra, que alguém fosse capaz de unir os céus, que a maré não tivesse fluxo e nem refluxo, que o sol se levantasse no oeste, jamais aconteceria das orações do Devoto do Sutra de Lótus ficarem sem ser concretizadas." (Nitiren Daishonin)
Determino que a experiência desta viagem está gravada pra sempre na minha vida, sei que tudo pode ser transformado e que tenho Coragem, Sabedoria e a energia do Universo para fazê-lo.
Sou um Buda vivo e cumpro a minha Missão como agente de transformação, conduzindo as pessoas a felicidade nesta existência!
"A oração é a energia da vida, permeando todo o universo e tornando-se força motriz para a mudança." (Daisaku Ikeda)

Faça o Download do chart da atividade com o texto e orientações completos e ilustrações de incentivo!

 Em português:

Caminho de Kamakura

Em Inglês:


Kamakura Path

domingo, 14 de março de 2010

Caminho de Kamakura - Viva esta experiência!


Vamos fazer uma atividade mundial com o caminho de Kamakura do dia 5  a 17 de abril...

Espero que vcs se animem e convoquem os amigos.. Façam o download do chart/ gráfico nos links abaixo:


 Em português:


Em Inglês:


Lua de Outono

“Empenhe-se no desenvolvimento da fé até o último dia da sua vida. Caso contrário, arrepender-se-á .
Por exemplo, a viagem de Kamakura a Quioto leva doze dias. Se viajar durante onze dias e parar antes de completar o décimo-segundo dia, como poderá admirar a lua da linda capital?
Em qualquer circunstância, aproxime-se do sacerdote que conhece a essência do Sutra de Lótus, continue aprendendo dele a verdade do Budismo e prossiga a sua viagem de fé.

Como passam depressa os dias! Isso nos faz perceber como são curtos os anos que deixamos. Os amigos admiram as flores de cerejeira nas manhãs de primavera e então partem, levados como as flores pelos ventos da impermanência, nada deixando senão os nomes.
Embora as flores tenham sido dispersadas, as cerejeiras florescerão outra vez com a chegada da primavera, mas quando renascerão aquelas pessoas?
Os companheiros com quem compusemos poemas admirando a lua, nas noites de outono, desapareceram com a lua atrás das nuvens passageiras. Somente suas imagens mudas continuam em nossos corações.

 A lua se pôs atrás das montanhas do ocidente, mas nós iremos compor poemas sob a mesma no próximo outono. Mas onde estão os nossos companheiros que faleceram?
Mesmo quando o Tigre da Morte ruge próximo a nós, não o ouvimos.
Quantos dias restam ainda ao cordeiro destinado ao sacrifício?”

Nitiren Daishonin em Carta a Niike, em 1280.
As Escrituras de Nitiren Daishonin, Vol. IV.

Vamos que Vamos..

sexta-feira, 12 de março de 2010

2. Três obstáculos e quatro maldades

Brasil Seikyo, edição nº 1630, 01/12/2001, página A6

Em um trecho da escritura “Carta aos Irmãos”, Nitiren Daishonin afirma:
“Se a propagar, maldades surgirão infalivelmente. Se não fossem estas, não haveria modo de se saber que este é o ensino correto.” (As Escrituras de NitirenDaishonin, vol. 1, pág. 239.)

Compreendendo essa frase, devemos nos empenhar ainda mais na prática da fé cientes de que o surgimento de obstáculos e maldades é a prova de que praticamos o Verdadeiro Budismo, capaz de nos conduzir à felicidade absoluta. Se uma pessoa pratica um ensino fraco, não encontrará impedimentos. Porém, quando se devota a um forte ensino, capaz de transformar seu mau carma, dissipar a escuridão inata na sua vida e evidenciar a suprema condição do estado de Buda, sua prática encontrará obstáculos.

Na escritura “Comportamento do Buda”, consta : “O quinto volume do Maka Shikan diz: ‘Desde que uma pessoa já tenha avançado na sua prática e compreensão, os três obstáculos e quatro maldades surgirão em sucessão.’
Afirma também: ‘A influência de tais obstáculos é como a de um javali arranhando uma montanha dourada somente para fazê-la brilhar; ou rios fluindo ao oceano para aumentar seu volume; ou combustível adicionado ao fogo para aumentar sua força; ou o vento soprando para expandir o corpo de um inseto chamado Gura.’” (Ibidem, pág. 169.)

Com base nessa frase, ao defrontarmos com obstáculos e dificuldades, devemos fortalecer a prática da fé, para assim mudarmos nosso aspecto e transformarmos o sofrimento em felicidade.

O presidente Ikeda orienta: “O ouro também possui um profundo significado no budismo. Não pode ser destruído pelo fogo nem ser corrompido ou corroído pela água.
Da mesma forma, uma pessoa que abraça uma filosofia verdadeira pode conduzir uma existência dourada, uma vida que não pode ser corrompida nem destruída por nenhum obstáculo nem maldade que estiver em seu caminho. É isso o que o budismo ensina.

 Conduzam uma existência dourada! — esse é o propósito fundamental do budismo e da vida.” (Brasil Seikyo, edição no 1.551, 8 de abril de 2000, pág. 3.)

Muitas vezes, acreditamos que receber benefícios visíveis é a única comprovação de que praticamos corretamente.
Porém, com base no ensino de Nitiren Daishonin, o surgimento de obstáculos pode também ser uma imensa prova de nosso progresso na fé. O essencial é jamais sermos influenciados ou amedrontados por eles.

Os sofrimentos podem ser um bom professor e um bom meio para nos levar a uma fé mais pura e a um estado de vida mais elevado.
A verdadeira compreensão disso fortalecerá nossa convicção de que não haverá situação adversa que seja intransponível.

domingo, 7 de março de 2010

A tríplice transformação da terra

Desastres naturais e tríplice transformação da terra: evite ''achismos''
Revista BS, 06 DE MARÇO DE 2010 — EDIÇÃO Nº 2025


Os desastres naturais ocorridos nos primeiros meses deste ano levantaram uma questão: a ligação estes desastres e religião. É natural opinarmos sobre assunto. Mas antes devemos pesquisar e buscar respostas no Gosho e nas orientações do presidente da SGI, Daisaku Ikeda e evitar os “achismos” ou reproduzir falas preconceituosas. Tratá-los simplesmente como castigo divino não reflete a visão do Budismo Nitiren.
 
Em meados de agosto de 1957, o segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, levou o presidente Ikeda e mais um jovem para visitar sua terra natal, Karuizawa.
Num passeio, sentados e desfrutando de “brisas refrescantes”,1 relembraram a erupção do Monte Asama e dialogaram sobre os efeitos dos desastres naturais sob a luz do budismo.

Com base na frase do Gosho “quando todas as pessoas estiverem recitando simultaneamente o Nam-myoho-rengue-kyo, o vento não vergará a ramagem ou os galhos e nem cairá torrencialmente a chuva para cavar a terra”2; os jovens questionaram se as erupções vulcânicas como aquela não mais ocorreriam quando o tempo do Kossen-rufu chegasse.

E Toda respondeu: “Mesmo as montanhas passam pelo ciclo dos quatro estágios de formação, continuidade, declínio e desintegração. Portanto, é inverossímil que vulcões parem de entrar em erupção no processo de sua formação. Todavia, se uma erupção ocorre, devemos ser capazes de evitar uma situação que cause sofrimento às pessoas.“3

Ao discorrer sobre a “tríplice transformação da terra”, o presidente Ikeda diz que “os contínuos esforços que cada um de nós está realizando para concretizar nossa revolução humana [...] são os meios pelos quais conseguimos transformar o mundo ao nosso redor”. Isso porque, “transformar a nação depende no final das contas de as pessoas transformarem seu coração e seu pensamento. [...] quando os princípios da verdade e da justiça triunfam, a nação, o local onde vivemos, recebe um impacto positivo. É por isso que a batalha inerente na “tríplice transformação da nação” é realmente uma feroz batalha para garantir que a verdade prevaleça”.4

A viagem do presidente Ikeda à terra natal do mestre foi o ponto catalisador de sua determinação férrea de construir o Kossen-rufu mundial com as próprias mãos. Foi nessa ocasião que ele escreveu o poema “Atsuta Mura” (Vila Atsuta), que mais tarde foi transformado em canção. Oito meses após essa viagem, Toda veio a falecer.

O que podemos aprender com essa lição do mestre, é que o mais importante é a determinação de uma única pessoa, é o quanto cada um cria empatia com os que sofrem em meio a desastres naturais e determina transformar o mundo saha na “terra iluminada do Buda”.

De acordo com o princípio dos “três mil mundos num único momento da vida”, a nação tem também um estado de ser ou condição de vida. Já que o budismo considera a vida e seu ambiente como inseparáveis, quando o coração das pessoas que vivem num determinado local fica perturbado ou infeliz, a nação e seu ambiente também ficarão. Quando o coração das pessoas irradia força interior e convicção, a terra também floresce e prospera.

Para fazermos com que nosso precioso planeta cintile com a luz da paz, da prosperidade e da felicidade, é essencial dominarmos, nos aprofundarmos e polirmos esse único elemento do coração, ou da mente. Áreas tais como as da ciência e da tecnologia da informação não conseguem mais contribuir para a felicidade humana quando perdem essa verdade de vista.5
 
A força de um indivíduo genuinamente comprometido, diz o presidente Ikeda, supera a força de um milhão de pessoas. Quando mudamos o “único elemento da mente” e assim nos transformamos, nosso ambiente muda. E quando isso ocorre, o mundo muda.
 
1. “Brisas Refrescantes” é o título do capítulo 12 da Revolução Humana. In Terceira Civilização, novembro de 1992, encarte especial, pág. 2. 2. As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 118. 3. Revolução Humana, vol. 12. In Terceira Civilização, novembro de 1992, encarte especial, pág. 2. 4. Brasil Seikyo, edição no 2.003, 12 de setembro de 2009, pág. 5. 5. Preleção dos capítulos Hoben e Juryo, pág. 296.

sábado, 6 de março de 2010

1. Três obstáculos e quatro maldades (sansho shima)

(Brasil Seikyo, edição nº 1629, 24/11/2001, página A6.)

Impedimento do Demônio do Sexto Céu - entre as quatro maldades, o impedimento causado pelo Demônio do Sexto Céu (tenshi-ma) é o mais difícil de superar.
Demônio do Sexto Céu manifesta-se como “agente positivo” que induz as autoridades ou os pais a perseguirem os praticantes do budismo.

Sobre isso, o presidente Ikeda orienta: “O budismo é uma eterna batalha entre o Buda e as funções malignas — entre as forças iluminadas e destrutivas inerentes na vida e no universo.

É uma luta contra as funções malignas e aquelas que estão presas sob sua servidão, contra as forças que buscam obstruir a propagação budista, a felicidade das pessoas e o progresso do Kossen-rufu. O furioso ataque das funções malignas é extremamente forte porque o Demônio do Sexto Céu, o obstinado comandante dessas forças destrutivas, domina o mundo das questões humanas.” (Brasil Seikyo, edição no 1.582, 2 de dezembro de 2000, pág. 3.)

Mas de onde se originam os obstáculos?As escrituras de Nitiren Daishonin ensinam que, de forma geral, derivam-se da escuridão fundamental inerente na vida (gampon no mumyo, em japonês).
Essa escuridão é a fonte de todas as ilusões e age para obscurecer nossa natureza de Buda.

Todos possuem dentro de si tanto a natureza iluminada como a escuridão fundamental. A iluminação e a ilusão possuem uma única entidade. Elas são, por assim dizer, dois possíveis aspectos ou expressões da vida.

Porém, quando nos dedicamos à prática budista, podemos extrair e perceber a preciosa realidade da nossa natureza de Buda. Em contrapartida, quando preferimos a ilusão, nossa natureza de Buda permanece encoberta pela escuridão fundamental.

A ilusão, ou seja, a escuridão e o negativismo, manifesta-se na vida na forma de vários obstáculos, tanto internos como externos. Para superá-los, é importante empenhar-se na prática da fé buscando manifestar o estado de Buda e se dedicar tanto para a própria felicidade como para a de outros.

Na escritura “Carta aos Irmãos”, consta a seguinte passagem: “O sutra Rokuharamitsu afirma que se deve tornar senhor da sua mente em vez de permitir à sua mente dominá-lo.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 243.)
Nessa frase, Nitiren Daishonin ensina a jamais permitirmos ser dominados pelo sentimentalismo gerado pelas maldades ou forças negativas.
Devemos, sim, ativar as forças protetoras e positivas do universo por meio da sincera oração ao Gohonzon. Assim, manifestaremos a alegria em todas as questões da vida, crescendo e nos desenvolvendo até chegarmos à nossa revolução humana.

Naturalmente, como seres humanos, mesmo sendo fervorosos praticantes do budismo, há ocasiões em que ficamos doentes ou nos acidentamos; outras vezes, podemos enfrentar incêndios ou calamidades, como enchentes ou secas; ou ainda, em nosso dia-a-dia, podemos ter aborrecimentos no trabalho ou até mesmo na comunidade.
Todas essas dificuldades podem ser classificadas como os ‘três obstáculos e quatro maldades’ tentando impedir nossa atuação em prol da paz mundial.
Por outro lado, essas mesmas dificuldades podem ser interpretadas como elementos que contribuem para a transformação do nosso carma, assim como a flor de lótus nasce em meio a águas lamacentas.

terça-feira, 2 de março de 2010

Trilhar o caminho do Buda

A perspectiva budista das relações humanas
Por Greg Martin - Subdiretor Geral da SGI-USA

Uma bolota converte-se num majestoso carvalho se é plantada e nutrida com o calor do sol, com a umidade da chuva e com os nutrientes da terra. Mas uma bolota não é ainda um carvalho. Uma bolota é uma potencialidade. Um carvalho é a manifestação desse potencial.
Existe uma grande diferença entre o que pode ser e o que realmente é.

O estado de Buda é o mesmo. Ultimamente tenho ouvido as pessoas dizerem com convicção “Eu sou um Buda”. É verdade. Todo mundo é um Buda. Somos Budas potenciais. Todos possuímos a energia potencial da natureza de Buda. Mas cada um de nós é responsável de transformar a potencialidade em realidade.

Mas isto, o ensino budista que para mim é mais difícil de personificar, é a que diz: “O propósito do advento do lorde Buda neste mundo estava em seu comportamento como ser humano”. (END, vol. I, pág. 289)

Meu potencial de sabedoria, coragem e benevolência deve manifestar-se no meu comportamento na vida diária. O simples fato de recitar Nam-myoho-rengue-kyo não equivale automaticamente a comportar-me como Buda.

Os membros de minha família têm sido os principais responsáveis de mostrar-me o que preciso modificar no meu comportamento. Faz anos, em meio de uma acalorada discussão, meu filho me fez ver que eu tinha abandonado completamente o diálogo respeitoso, ao dizer sarcasticamente sobre meu proceder “Assim que este é o exemplo de liderança que irá trazer a paz ao mundo?”. Me deu vontade de chorar: Golpe sujo! Não vale!

Pôr a teoria em prática sempre é difícil. Desafortunadamente houve muitas ocasiões, apesar dos meus constantes esforços na minha prática budista, que comportei-me terrivelmente com as outras pessoas – família, amigos, companheiros membros da SGI-USA.
Em alguma ocasião cheguei a acreditar que enquanto praticasse o budismo firmemente, qualquer comportamento automaticamente seria o “comportamento do Buda”.

Essa percepção me trouxe problemas em todos os aspectos da minha vida. Também era um problema quando, como líder da SGI-USA, dava respostas cortantes como “é seu carma”. Porém, não era tão fácil responder-lhe ao meu filho “o problema não é meu comportamento, é teu carma de ter-me como pai”.

A idéia de que toda pessoa é um Buda e pode manifestar o estado de Buda em sua forma presente, tem profundas raízes na tradição budista Mahayana. Porém, de alguma maneira desenvolveu-se a idéia absurda de que como toda pessoa é um Buda, tudo o que faz – mentir, fraudar, odiar, gritar – é o comportamento do Buda. Se isto fosse verdadeiro, não haveria necessidade de praticar o budismo porque todos já seriam Budas tal e como são.

Afortunadamente, esta distorção passou à categoria de anacronismo religioso. Não obstante, no meu comportamento anterior refletia-se minha maneira de pensar que o que fizesse, pensasse ou falasse seria aceitável em tanto continuasse fazendo a prática. Isto converteu-se numa licença para tratar mal aos outros – talvez usando como pretexto uma “rigorosa benevolência” – esquecendo a advertência de Daishonin de que “os crentes no Sutra de Lótus nunca devem se ofender entre si”. (END, vol. I, pág. 373).

Achar que nosso comportamento é automaticamente o comportamento do Buda brinda uma excelente desculpa para não ser responsável de suas ações e torna-se terreno fértil para justificar uma longa lista de comportamentos não iluminados.

Na minha própria vida, tenho sido um pouco lerdo para despertar deste torpor sobre o que significa manifestar a Budicidade em nossa forma presente. A menos que minha prática budista se reflita em ações benevolentes, corajosas e sábias para com as outras pessoas, seria um embuste do estado de Buda somente teórico.

A prova final de minha prática budista está na maneira como penso (das pessoas), falo e me comporto com as outras pessoas. Por mais difícil que pareça como modelo de comportamento o anteriormente mencionado, no fim das contas o que mais importa, é minha maneira de tratar os outros. Uma bolota libera seu potencial inato na medida que receba os cuidados pertinentes.

Nossa natureza de Buda manifesta-se de maneira semelhante na medida que fortaleçamos nossa fé e nossa prática. Uma pessoa comum manifesta seu estado de Buda por meio de seu comportamento como ser humano.

Finalmente, não é suficiente repetir o que dizia o Buda, devemos trilhar o caminho do Buda através de nossos atos.

Fonte: Artigo publicado no jornal World Tribune da SGI-USA de 9 de maio de 2003
Tradução: Ariel Ricci