sábado, 24 de julho de 2010

O Budismo e a Cultura de Oceano

Palestra proferida pelo Dr.Tetsugai Obo, para integrantes do grupo de médicos e enfermeiras da Soka Gakkai – 23 de abril de 2000



Cultura de Vila x Cultura de Oceano

No Japão, existem dois tipos de cultura – uma é a cultura de vila, e a outra, a cultura de oceano.

A mentalidade do indivíduo da cultura de vila é “agir de acordo com a maré”. Isto significa que as pessoas da cultura de vila estão particularmente preocupadas com a opinião alheia.

Em resumo, a opinião pública é sinônimo de vila. O que os habitantes da vila pensam se torna o referencial mais importante.

Para muitos japoneses, a mentalidade da cultura de vila está profundamente arraigada em suas consciências. Nesta cultura, as pessoas são ensinadas a não observarem de forma distinta, nem de assumir uma postura firme, a não serem arrogantes, audaciosas ou intrometidas.

Este ano, eu tenho pensado sobre esta questão. Eu observo muitos pacientes com problemas psiquiátricos, asma, eczema, alergias severas, entre outros. Desde que comecei a atuar como médico tenho visto mais de 10 mil pacientes.

O que eu encontro em comum, na grande maioria destes pacientes, é a sua conformidade. Dificilmente, eu encontro com pessoas não-conformistas. Quão interessante! Eu não posso deixar de pensar que as pessoas conformistas são mais susceptíveis a adoecerem.

A palavra conformista em japonês “majime” tem mudado de significado durante as últimas décadas. Antigamente significava “sério e sincero”, mas hoje significa, “ir de acordo com os costumes e a cultura”.

Acima de tudo, a cultura japonesa é problemática e promove o adoecimento. A cultura japonesa promove a modéstia, a humildade, o ser refinado – os homens devem falar pouco, as mulheres devem estar um passo atrás – ser atencioso e harmonioso, suprimir a sí mesmo, não ser auto-confiante, não ser audacioso e não ser arrogante.

Em outras palavras, matar a sí mesmo é parte da cultura japonesa. Além disso, quanto maior for o grau de conformidade com estes valores, mais devastado a pessoa se torna.

Em geral, as pessoas conformistas são passivas e apresentam falta de individualidade. Os líderes sociais, tais como presidentes de empresas, tendem a ser arrogantes, agressivos e poderosos. Eles também tendem a agirem fora do senso comum e são autoritários por natureza.

Dentro do prisma cultural japonês, eu tenho observado que nesta sociedade, as pessoas de caráter negativo apresentam mais energia. As pessoas de boa índole não são energéticas e acabam adoecendo.

Do ponto de vista budista, aquele que brilha o verdadeiro eu da entidade do Myoho (Lei Mística) é audacioso.

As pessoas audaciosas vivem de acordo com a Lei Mística. Em contrapartida, os conformistas que suprimem a si mesmos, estão na verdade, aniquilando a entidade do Myoho. Esta é uma grande calúnia.


O melhor exemplo é a postura de alguns políticos eleitos. Após as eleições, eles são entrevistados e suas atitudes somente aparentam uma preocupação com si próprios. Isto me fez questionar a razão destas pessoas terem sido eleitas. Mas, elas são verdadeiramente energéticas, poderosas e cheias de fortuna.



Do lado oposto, falta fortuna para as pessoas sérias e conformistas. O presidente da SGI, Daisaku Ikeda geralmente diz: “Vamos ser audaciosos, arrojados e firmes. Sejamos confidentes e persuasivos”. Afinal, esta é a atitude correta. O problema não está nas pessoas ruins que governam o mundo, mas que as pessoas de bom caráter estão matando a sí mesmas.


Se pessoas sérias, de bom coração e calorosas bradarem, levantarem-se pela justiça e estabelecerem um impulso conjunto, as pessoas egoístas irão se sentir automaticamente desconfortáveis e eventualmente irão desaparecer. Certa vez, o presidente Makiguti disse que somente através da instalação deste instante é que podemos estabelecer a “era da competição humanística”.



De fato, esta cultura japonesa de ser conformista e sério é a cultura de vila. Se você age de forma diferente, irá se tornar um pária dentro desta sociedade.
As pessoas de cultura de vila não gostam das pessoas que abordam as questões de forma aberta e clara.


A administração Murayama foi um bom exemplo da cultura de vila. Durante este período, o grande terremoto de Kobe ocorreu e muitos japoneses se sentiram frustrados pela forma como o governo agiu diante desta catástrofe.

Muitos demonstraram raiva e questionaram a posição do governo central em não agir de imediato em prol das vítimas. O porta-voz declarou que: “Não há nada que podemos fazer sobre isto. É preciso seguir as regras. Nós podemos oferecer ajuda para a massa, não para indivíduos.” Este incidente mostrou a falta de compaixão por parte do governo.


A cultura de vila é impiedosa pois prioriza a instituição, ao invés do povo. Em outras palavras, a cultura de vila é uma cultura que oprime as pessoas.

Este tipo de cultura é a base da cultura japonesa, mas existe uma outra cultura japonesa chamada de cultura de oceano.


Vocês se lembram do jogador de beisebol Nomo, que foi jogar para o Los Angeles Dodgers ? Na época, a liga principal estava num impasse e muitos perguntavam o que iria acontecer com Nomo, questionando o que ele iria fazer na liga principal.

Muitos japoneses e os veículos de comunicação declararam seu desprezo contra ele, pois ele havia decidido ir para o exterior.

Nomo foi para os Estados Unidos sem hesitação e em pouco tempo, ele se tornou um jogador de primeira linha.

De forma instantânea, os paparazzi japoneses começaram a ir para o seu lado e elogiá-lo. Eles queriam ouvir Nomo dizer: “Eu farei o melhor pelo Japão”. Entretanto, ele recusou a dizer estas palavras e declarou: “Eu adoro ser um lançador”.


Muitos acreditavam que Nomo fosse fluente em inglês, mas ele podia falar somente algumas palavras. Em uma entrevista após sair vitorioso, Nomo estava com um tradutor. Eu perguntei a mim mesmo se ele não estaria com medo. Mas ao observá-lo, percebi que a sua atitude não era tipicamente japonesa.



Posteriormente, eu descobri que ele havia nascido em Osaka, mas os seus pais eram originários de uma ilha situada na costa do Japão.

Estas ilhas são o povoado de muitos pescadores. Os pais de Nomo possuíam a cultura de oceano. A cultura de oceano é independente, enérgica e aberta.

Do lado oposto, a cultura de vila está muita preocupada com a opinião pública, é conservadora e demonstra um padrão onde possui dois lados diferentes: sorrir na superfície, mas discordar interiormente.

Na área costeira há uma forte tendência para a cultura de oceano e nas montanhas há a cultura de vila.

Quando visitam uma área na qual existem ambas as culturas, alguns líderes da Soka Gakkai perguntam como é possível tamanha diferença entre pessoas de uma mesma organização.
Após se conscientizarem da existência de ambas as culturas, eles conseguem compreender as diferenças.

O Budismo de Nitiren é baseado na Cultura de Oceano

Muitas religiões e filosofias japonesas são baseadas na cultura de vila.
Qual é a única religião baseada na cultura de oceano ?
Sim, o budismo de Nitiren Daishonin.


Nitiren chamava a si próprio de filho de sendala, em outras palavras, o filho de um pescador.
Esta era a casta mais inferior na sociedade japonesa da época. Esta era uma época que um indivíduo poderia realizar qualquer empreendimento, caso nascesse numa casta superior. Entretanto, Daishonin se posicionava dentro da classe mais inferior da época.



Nitiren lutou contra a maior autoridade da nação, sem o apoio de ninguém. Acredito que a sua atitude mostra o contraste entre aqueles que não possuem poder e os que possuem poder total.


Ele chamava as autoridades de "governantes deste pequeno país-ilha". Para as pessoas de cultura de vila, este era um fato inconcebível. Somente Daishonin, que lutou verdadeiramente como um homem imbuído da cultura de oceano, foi capaz de fazer tal declaração.

O budismo de Daishonin é uma filosofia da cultura de oceano. Esta é a razão dela ser independente, aberta, progressiva e enérgica.

Sem dúvida, o budismo de Daishonin eventualmente se tornou influenciado pela cultura de vila após a sua morte. O budismo de Nitiren tornou-se corrupto e como resultado o poder do Sumo Prelado se tornou absoluto. Eventualmente, os praticantes leigos foram considerados indignos de verem o Sumo Prelado.



Após setecentos anos, nasceu o primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunessaburo Makiguti, filho de um pescador de Arahama. Ele foi criado dentro da cultura de oceano, e por esta razão, apesar da época, ele não possuía uma mentalidade de vila.

O presidente Toda foi criado em Atsuta e nasceu na província de Ishikawa, e também era um filho de pescador, sendo que um dos seus ancestrais foi capitão de um navio pesqueiro. Ele era verdadeiramente um homem do oceano.

O presidente Ikeda é filho de um produtor de algas marinhas. Quando observarmos este ponto, a Soka Gakkai consiste inteiramente da cultura de oceano.

Está diretamente conectada a Nitiren, exceto em algumas áreas que se tornaram parte da cultura de vila durante estes 700 anos.

O meu veterano, Prof. Miyata, da Universidade Soka, está pesquisando sobre o presidente Makiguti. Ele sugeriu que caso ele tivesse encontrado os bonzos do Templo Taisekiji, ele não teria se convertido a Nitiren Shoshu.

O presidente Makiguti estava em busca de uma religião que fosse a base do sistema educacional Soka.

Em resumo, a educação Soka significa desabrochar o potencial do indivíduo, de observar cada estudante com um coração caloroso visando colaborar em seu processo para se tornar independente e lógico. Ele estava em busca de uma religião que fosse a base do seu sistema educacional. Então, ele encontrou com o reverendo Horigome.


Este havia fundado uma sede provisória em Nakano, pois estava estudando filosofia na Universidade Waseda.
Ele conclui que o budismo não poderia contribuir para o bem-estar social se estivesse confinado a um templo.

Ele pensava na necessidade de iniciar um movimento religioso na qual os leigos tivessem um papel ativo e para isto, fundou esta sede provisória.

Quando o reverendo Horigome – que acreditava no movimento leigo budista – e o presidente Makiguti – que acreditava no sistema educacional Soka – se encontraram, um movimento religioso com base no humanismo teve início.

Ironicamente, não havia tal tradição dentro da Nitiren Shoshu. Por este motivo, desde o início, o clero encarava a Soka Gakkai como uma organização arrogante. Eles pregavam que os leigos não podiam ser audaciosos.

Este é um bom exemplo do confronto entre uma cultura de vila e a cultura de oceano. Estas diferenças culminaram com o édito de excomunhão por parte da Nitiren Shoshu na década de 90, uma situação que não poderia ter sido evitada.

Respeitando a si, Respeitando Outros

Nós somos chamados – Divisão dos Médicos Munidos de Compaixão. Eu era incapaz de compreender o significado da palavra compaixão (jihi). Embora a divisão de médicos seja geralmente chamada de compassiva, quanto mais eu ponderava, menos eu compreendia.

Em japonês, ji significa benevolência, na qual eu compreendia, entretanto, eu não entendia a razão da palavra hi, que significa tristeza.

Alguns denominam jihi como compartilhar o sofrimento alheio, outros como eliminar a dor e trazer alegria. Apesar disto, eu ainda não compreendia o significado deste princípio.

Nesta época, eu li uma passagem de um ensaio do presidente Ikeda que diz: ¨Quando o seu espírito é vitorioso, a sua tristeza se transforma em hi, da palavra jihi¨. Quando eu li esta passagem foi como uma descoberta.

Eu estava interpretando jihi como sendo benevolente e triste, na qual me deixava confuso. E ao ler os caracteres chineses, consta como ser benevolente em momentos de tristeza.

Logo, significa abraçar a sí mesmo com um coração caloroso quando se está no mais baixo estado de vida, em meio ao maior dos sofrimentos ou nas profundezas da ansiedade. Aqui reside o aspecto de uma vida vitoriosa.

Para aqueles que são capazes de abraçar a sí mesmos em meio ao sofrimento, a sua tristeza não é mais tristeza.

Tal sentimento será transformado em coragem quando abraçamos a nós mesmos de forma compassiva. O desespero se transforma em esperança.

O verdadeiro significado de uma vida indestrutível reside somente neste caminho.

Somente aqueles que abraçam a sí mesmos podem de forma verdadeira prezar os outros que estão sofrendo e considerar o sofrimento alheio como se fosse o seu próprio.

Por exemplo, quando estamos em um estado de vida baixo, não gostamos de nós mesmos. Posteriormente, quando estamos sentindo melhor e observamos outros em uma situação ruim podemos pensar: ¨Que pena!¨ e dentro de nós podemos julgá-los como ¨Quão fraco. Ele é mesmo um fracasso¨.


A forma como julgamos a nós é exatamente como julgamos os outros. 

Quando abraçamos e respeitamos o nosso mais baixo estado de vida com um coração caloroso como ¨Eu me amo¨ ou ¨Eu sou verdadeiramente grandioso¨, podemos ser capazes de respeitar os outros.

O Gohonzon significa o objeto de respeito fundamental.

O presidente Ikeda citou: ¨O que nós respeitamos fundamentalmente ? É a própria vida.

A nossa vida possui o mais elevado valor. É a base do respeito. Entretanto, o respeito pela vida não pode ser baseado no sucesso ou fracasso.

Não importando o que aconteça, devemos iniciar do respeito. Este é o significado de abraçar o Gohonzon. Este é o Budismo de Nitiren Daishonin.

Agora, quem é capaz de dar nota 100 para sí mesmo ? (risadas) Muito Obrigado.

Há muitas pessoas obedientes aqui. Entretanto, existem pessoas que não puderam levantar as mãos, assim, eu gostaria de fazer algumas observações.

Na escritura ¨A Herança da Lei Última da Vida¨, consta:
¨O Buda Sakyamuni que atingiu a iluminação a incontáveis kalpas, o Sutra de Lótus que leva todas as pessoas ao Estado de Buda e nós, seres humanos comuns, não somos diferentes ou separados entre sí. 
Recitar o Myoho-rengue-kyo com esta compreensão é herdar a verdadeira lei da vida e morte. Esta é uma questão de importância maior para os discípulos e leigos seguidores de Nitiren e isto é o que significa abraçar o Sutra de Lótus¨.


Esta é a base do budismo de Daishonin. ¨Isto é o que significa abraçar o Sutra de Lótus¨. Esta é a parte mais importante desta escritura. 

Nitiren Daishonin, o Gohonzon e nós, não somos diferentes ou separados entre sí.

Por esta razão, quando nos damos 60 pontos, estamos classificando o Gohonzon com 60 pontos e Nitiren Daishonin com 60 pontos. Embora ¨não sejamos diferentes ou separados entre si¨. Não podemos chamar isto de calúnia ?


A pessoa que diz - ¨Eu dou 100 pontos para o Gohonzon e para Nitiren Daishonin, mas eu somente dou 60 pontos para mim¨ - não acredita que ¨não somos diferentes ou separados entre si¨. O que chamamos de descrença.


Assim, as pessoas que não são capazes de dar 100 pontos para sí mesmas, podemos chamar de caluniadoras ou descrentes. Na mesma escritura consta:

¨Aqueles que não acreditam e caluniam o Sutra de Lótus irão destruir imediatamente todas as sementes para se tornar um Buda neste mundo¨. Porque estas pessoas cortam o próprio potencial para atingir a iluminação, eles não compartilhar a herança da verdadeira lei da vida e morte.

¨Aqueles que não acreditam e caluniam o Sutra de Lótus¨ - aqueles que não acreditam em sí mesmos 100% ¨irão imediatamente destruir todas as sementes para se tornar um Buda neste mundo¨.

Aqueles que se dão 100 pontos – aqueles que acreditam e desfrutam-na – vivem uma condição de vida de grande segurança e são recebidos e apoiados por milhares de Budas quando encerram a sua existência. ¨Como nós podemos possivelmente reter nossas lágrimas¨.

Caso exista alguém que não consiga levantar as mãos agora, jamais será capaz de erguê-la. Assim eu gostaria de perguntar mais uma vez, mas não pensem que isto é uma ameaça. Isto é o que Nitiren diz. Quem dá 100 pontos para sí mesmo ? (grande risada). 
Muito Obrigado.

Vocês são um Grande Buda.

Primeiro, decida que ¨Um grande Buda está presente¨. Tomar esta decisão requer coragem. Isto é o que chamamos de coragem de fé. Ser capaz de reconhecer do fundo do coração: ¨Eu sou verdadeiramente um grandioso Buda¨. Isto significa que ¨o Nam-myoho-rengue-kyo é a alegria das alegrias¨.

Por favor, após esta reunião quando forem para casa, pensem: ¨O grande Buda está caminhando¨. O grande Buda está olhando para um espelho, refletindo uma vida e agradecendo por ela. Este é o verdadeiro significado de fazer o gongyo e recitar o daimoku.

Provavelmente, algumas pessoas podem achar que esta postura é arrogante. Eu acredito que esta postura é retornar para a cultura de vila.

Assim, eu gostaria de falar sobre a arrogância. Antes de tudo, significa considerar-se acima de outros, ou seja, as pessoas arrogantes estão sempre comparando-se com os outros. ¨Eu estou fazendo mais, eu estou lutando mais, eu sou mais rico, etc¨.

As pessoas arrogantes se sentem seguras ao confirmar a sua superioridade. Este aspecto da vida é chamado de arrogância. A razão para as pessoas se sentirem mais seguras quando se comparam a outras, reside no grau de ansiedade existente nas profundezas de suas vidas.

No fundo, existe a descrença e insegurança em seu âmago, logo, eles se tornam ansiosos após breves períodos de conforto. Posteriormente, eles encontram com outros e precisam reafirmar que: ¨Eu sou grandioso!¨. Este tipo de pessoa que continuamente precisa  aparecer é chamada de arrogante. Mas, nas profundezas do seu coração arrogante existe o sentimento de inferioridade e dúvida.

De outro lado, as pessoas mais grandiosas do mundo – como diz o provérbio japonês:

 ¨Quanto mais maduro for o grão de arroz, mais baixo ele se encontra¨ – agem de forma mais humilde. Eles respeitam os outros porque possuem autoconfiança. Tal confiança e orgulho não são provenientes do reconhecimento alheio. As pessoas mais grandiosas do mundo não se tornaram as melhores, mas o povo reconheceu estas pessoas como desbravadores em campos onde nenhuma outra pessoa dava a devida atenção.

Fundamentalmente, a mais elevada forma de se viver reside na auto-confiança. Num primeiro instante, ver a sí mesmo como ¨Eu sou um grandioso Buda, eu me classifico como 100% perfeito¨, parece arrogância.

Mas, na verdade, esta atitude se iguala a mais grandiosa forma de se viver. Desde que esta atitude é similar a uma atitude arrogante, isto é chamado de ¨arrogância do Sutra de Lótus¨. Esta é uma forma correta porque significa que difere na essência, da atitude arrogante.

O presidente Ikeda enfatiza: ¨Vocês são Budas. Não sejam enganados. Por favor, acreditem que todos são Budas¨.

Eu aposto que muitos não acreditam nas palavras do nosso mentor. Muitos pensam que o presidente Ikeda somente está dizendo isto para nos incentivar, mas a verdade é diferente. Nós ouvimos as palavras do nosso mentor como um incentivo, mas no fundo, não estamos realmente acreditando. Tal atitude é arrogante.

Está bem se parecemos arrogantes, audaciosos ou arrojados, embora algumas pessoas não possam gostar. Mas se modificarmos a nossa atitude nesta direção, tudo irá se abrir inesperadamente.

O mundo não irá considerar o Japão de forma séria, caso o povo japonês permaneça nesta cultura de vila. Finalmente, chegou a época de propagar a filosofia do Sutra de Lótus que possui a independência da cultura de oceano para o mundo.

Em certo sentido, a época desabrochou para a Soka Gakkai tomar este bastão. Não é uma boa idéia que a Soka Gakkai permaneça como uma cultura de vila.


Quando forem para cama, pensem: ¨Um grandioso Buda está indo dormir agora¨. De manhã, quando acordar, não importando como se sinta pense: ¨Um grandioso Buda está se levantando¨.

Em suma, viva uma vida louvando sua própria vida, desfrutando o que estiver fazendo, deliciando-se a cada momento. A cada manhã acorde como um Buda e a cada noite, durma como um Buda.

Desfrute cada momento da vida com alegria – este é o verdadeiro significado da prática de ler o Sutra de Lótus com a própria vida.


Para encerrar esta atividade, vamos recitar o daimoku três vezes lembrando que esta oração louva as nossas vidas.

Muito Obrigado.



Gostaria de fazer algumas observações:

1 - O budismo veio para o Brasil trazido pelos japoneses da Vila ( agricultores) ou do Oceano ( pescadores)?

2 - Qual é a cultura que predomina no seu bloco hoje? O que você está fazendo para implementar a cultura de oceano, o verdadeiro espírito do sutra de lotus?

3 - Quando a resistência a novas idéias surgem no grupo, você luta por elas ou assume a postura de vila ( conformista)?

4 - O Budismo que o Presidente Ikeda nos proporciona é um Budismo Humanista ou institucionalista? E o Budismo no seu bloco, é Humanista ou institucionalista?

5 - A premissa que todos somos iguais, instituída pelo Sakyamuni na cerimônia do ar - quando este elevou a assembléia para ficar a sua altura, prevalece no seu grupo? Somos todos iguais em valor a Sakyamuni, Nitiren e Presidente Ikeda?

6 - A frase atribuída a Sakyamuni: Revencie a Lei, não a mim; prevalece no seu grupo budista?

7 - O Presidente Ikeda nos incentiva a sermos vanguardistas e construirmos a Soka Gakkai que queremos, isso é discutido e incentivado no seu grupo?

8 - Os impressos da BSGI cumprem a função de levar o verdadeiro espírito da Gakkai, é baseado na cultura de Vila ou Oceano?

9 - Todos assinam e leêm os impressos? ou fazem isso apenas por gratidão ao trabalho do mestre? Vocês têm orgulho de entregar o BS para os seus chakubukus?
Vocês tem dificuldades em fazer com que as pessoas assinem o BS ou a vontade de assinar é automática, sem incentivo? Será que o BS é tão inspirador que as pessoas não ficam sem o impresso?

10 - Será que cumpro o meu juramento de Bodhisattva? Luto para melhorar cada vez mais minha organização, mesmo enfrentando a resistência de alguns dirigentes da BSGI que ainda vivem na "vila"? Por que muitas pessoas desistem de ir as reuniões? Será que a culpa é destas pessoas?

Devemos ser gratos pelo trabalho feito até aqui e pelas oportunidades que foram dadas, mas precisamos nos preparar para liderar a BSGI num mundo de constantes mudanças, onde as exigências, tecnologias e principalmente criatividade e humanismo serão cada vez mais fundamentais. Depende  de nós, vanguardistas, manter vivo o espírito de Nitiren e Presidente Ikeda na SGI.

" Que haja saúde em ti,
vanguardista do novo milênio!
Que haja vitória em ti,
Monarca do Kossen-rufu mundial!
Que haja perene prosperidade
na terra natal de meu coração,
Brasil que se ergue soberbo! " 
 
* sugiro que levem o texto Cultura de Vila X Cultura de Oceano para ser discutido em alguma reunião do grupo que participa.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Tudo começa comigo. E começa a partir de agora

As pessoas capazes são a força motriz
para o dinâmico desenvolvimentoBRASIL SEIKYO, EDIÇÃO Nº 2044, PÁG. A3, 17 DE JULHO DE 2010.

O presidente da China, Hu Jintao, que se formou pela Universidade de Tsinghua, incorporou de forma admirável o espírito da universidade onde estudou.

Encontrei o presidente Hu pela primeira vez em março de 1985. Foi um encontro dos mais memoráveis.

Pouco depois de retornar para a China, o jovem Hu Juntao foi nomeado para uma alta posição de liderança numa região da China muito desafiadora.

Ele se devotou com toda seriedade a servir ao povo, mantendo vivo no coração o amor pela universidade em que estudou e o orgulho por ter se formado em Tsinghua.
Se estiverem trabalhando num local extremamente difícil ou que está longe do ideal que imaginaram, o importante é sua atitude e o que decidem fazer com relação à situação.

Por favor, tenham a disposição de servir aos outros e de contribuir para a sociedade. Se nunca passarem por nenhum sofrimento nem dificuldade, vocês não conseguirão compreender nem sentir empatia pelos sofrimentos ou dificuldades dos outros. Essa é uma regra imutável da vida.

O mundo atual está observando o dinâmico crescimento e desenvolvimento da China com admiração. Qual é a fonte da vitalidade chinesa? São as pessoas capazes.
Uma importante chave para o sucesso da China é a educação, e a Universidade Tsinghua é uma das principais instituições chinesas de ensino superior, uma verdadeira fortaleza de sabedoria e conhecimento.
Respeito e admiração: O presidente da SGI, Daisaku Ikeda, dialoga com Gu Binglin, presidente da Universidade de Tsinghua

Fui informado de que essa universidade brilha com o espírito de que “As ações falam mais alto que as palavras”. As palavras que não estão fundamentadas nas ações não conquistam a confiança das pessoas.

Sendo uma pessoa comprometida com a ação, toda minha intenção está voltada para demonstrar a gratidão que sinto pela Universidade de Tsinghua e a China empreendendo mais esforços para promover a paz, a cultura e a educação. Tenho certeza de que meus companheiros, os membros da SGI em 192 países e territórios, compartilham de minha determinação.
As importantes qualidades de um líder
O presidente Gu é um respeitado educador e físico famoso. Ele destacou três qualidades importantes de um líder:
1.  capacidade de inovação;
2.  visão global; e
3. comprometimento social.

Os líderes devem ser capazes de inovar e demonstrar criatividade. Eles têm de criar novas organizações e novas pessoas. Isso se aplica a todas as esferas de empreendimento.

Também é essencial que observem e examinem as questões de uma perspectiva global. Nós, japoneses, não conseguimos deixar de olhar apenas para os limitados confins de nosso pequeno país. Precisamos expandir nossa visão e horizontes.

Quando ouvi sobre essas três qualidades, concordei plenamente com elas.


A criatividade, a visão internacional e o comprometimento em contribuir de forma positiva para a sociedade são as qualidades necessárias para a liderança nesta nova era.

Desafiando a adversidade destemidamente

Em sua longa e venerável história de um século, a Universidade de Tsinghua produziu muitos líderes de talento.

Nós, da Soka Gakkai, temos muito a aprender com essa respeitada instituição, assim como todo o Japão e o mundo inteiro. Uma das lições mais valiosas que essa universidade tem a nos ensinar é sobre a coragem — a coragem de desafiar destemidamente e de vencer a adversidade.
O pensador e erudito Liang Qichao (1873–1929), que lecionou na Universidade Tsinghua na década de 1920, disse:

A coragem é decisiva em qualquer batalha”.

“Quanto maior o empreendimento, maiores os obstáculos”.

Nenhuma dificuldade é insuperável se a pessoa estiver determinada. O que há a temer nos obstáculos?”

Essas foram as sábias palavras de um famoso pensador. São palavras convincentes e, de fato, inspiradoras. Todos os educadores devem aprender com elas. A vida é uma batalha conquistada por meio da coragem.

Liang também disse que “As adversidades fortalecem nossa coragem” e que “Quando se nasce em épocas de dificuldades, é preciso suportá-las para poder ficar de pé”. Ele está dizendo com essas palavras que os problemas fazem parte da vida.
E observou ainda: “O desespero e a resignação são os inimigos mais temerosos na vida. Jamais devemos permitir que eles entrem em nosso coração enquanto vivermos”. Essas são palavras de incentivo que ele compartilhou com os jovens. O que ele diz é realmente verdade.

De fato, “O que importa é o coração” (The Writings of Nichiren Daishonin, vol. 1 [WND-1], pág. 1.000). Nosso estado de espírito ou atitude determina tudo. Devemos avançar com coragem.
Tsunessaburo Makiguti, pre­sidente fundador da Soka Gakkai e “pai da educação Soka”, foi contemporâneo de Liang Qichao. Ele enfrentou intrepidamente o militarismo japonês e morreu na prisão por suas crenças.

“Soka” é outro nome para coragem. A pessoa medrosa e covarde não consegue conquistar nada. “Soka” é definida pela coragem e pela dedicação ao bem.
A importância da comunidade

O poeta Wen Yiduo (1899–1946) formou-se pela Universidade de Tsinghua e foi contemporâneo de meu mestre Jossei Toda, o segundo presidente da Soka Gakkai. Ele disse que “As pessoas avançarão eternamente”, “A força está em nós, que somos o povo e “A força do povo triunfará”. São palavras real­mente inspiradoras.

Nos últimos anos, a Instituição abriu o Parque da Ciência de Tsinghua para promover o crescimento e o desenvolvimento da comunidade e da indústria locais. Estou ciente disso e sei quanto é significativo. Partilhar conhecimento e saber com os estudantes não é o único papel da universidade; ela deve realizar também uma contribuição positiva para a sociedade e a comunidade — essa é a firme convicção da Universidade de Tsinghua.

A comunidade local é importante. Não devemos nos esquecer disso. O caminho para a verdadeira vitória e crescimento se abre a partir do cultivo e do desenvolvimento do potencial de indivíduos em nossas comunidades e organizações de base. Por favor, tenham isso sempre em mente.

Estou convicto de que muitos jovens e excelentes líderes aqui hoje já sabem disso. Por favor, façam com que seus pais e familiares se sintam orgulhosos. Sempre estimem seus pais enquanto avançam pelo caminho da vida.

A força das mulheres

Wen Yiduo foi um poeta progressista e avançado. Como poeta, eu li as obras de muitos poetas chineses. Várias décadas atrás, Wen escreveu estas palavras: “As mulheres verdadeiramente conscientes são fortes e possuem virtudes tais como a compaixão, a perseverança e a coragem”, e “No futuro, as mulheres liderarão a civilização. Tudo será baseado nas mulheres, modelado e centralizado nelas”. Estamos vivendo agora a era das mulheres que ele visualizou.

Os homens devem sempre demonstrar gratidão por elas e apoiá-las plenamente em seus esforços. E as mulheres, por sua vez, também devem se esforçar para inspirar e encorajar os homens.

A sábia liderança delas pode transformar nossa era e nosso mundo. Peço aos homens presentes que se unam a mim para darmos uma salva de palmas como demonstração de nossa gratidão e respeito pelas mulheres Soka, que estão se empenhando na linha de frente de nossa batalha.

Quando passam a ser tratadas com o respeito e a dignidade que merecem — seja na família, na sociedade ou seja na Organização — elas manifestam o potencial que havia ficado armazenado até então e criam um valor ainda mais positivo. Os grupos e as organizações que compreendem rapidamente esse fato [e utilizam o potencial único das mulheres] certamente desfrutarão o rápido sucesso e prosperidade.

Promovendo a união em prol da vitória

As pessoas que dedicam a vida à verdade e à justiça são sempre cheias de otimismo e convicção. Elas irradiam integridade e genuína alegria.
Yichun (1883–1958), que foi presidente da Universidade de Tsinghua e teve um importante papel no estabelecimento do “espírito de Tsinghua”, disse para seus queridos alunos: “Não sejam arrogantes nem convencidos, nem fiquem desejando a tranquilidade e o conforto! Reúnam a sabedoria e os esforços, unam seu coração e sua voz com as pessoas e assumam o desafio!” Como educador, gravei essas palavras em meu coração.

Os líderes que conseguem promover a união em prol da vitória são realmente nobres e louváveis.

Espero que todos vocês tenham como objetivo ser líderes assim. Não deixem nas mãos dos outros a tarefa de criar a união; façam isso vocês mesmos. Não fiquem apenas fingindo.

Os líderes não podem esperar construir a autêntica solidariedade e harmonia se forem irresponsáveis ou se deixarem que os outros façam todo o trabalho.

Citando o relato que consta num texto clássico chinês, um escrito budista explica a chave para a vitória da seguinte forma: “Se o espírito de diferentes corpos, uma única mente prevalecer entre as pessoas, elas alcançarão todos os seus objetivos”. (WND-1, pág. 618).
[Em “Diferentes corpos, uma única mente”, Nitiren Daishonin escreveu:
“Se o espírito de diferentes corpos, uma única mente prevalecer entre as pessoas, elas alcançarão todos os seus objetivos; ao passo que com um corpo e diferentes mentes elas não conseguirão realizar nada de extraordinário.
Os mais de três mil volumes de literatura confuciana e taoísta são cheios de exemplos assim.” (Ibidem).
Nesse escrito, Daishonin cita o famoso incidente em que setecentos mil soldados montados do tirânico rei Chou de Yin foram derrotados por oitocentos leais soldados do rei Wu de Chou.]

Fortalecendo os laços de amizade

O Japão aprendeu muito com a China ao longo dos séculos. É enorme a dívida cultural que ele tem para com esse país. Essa é outra razão pela qual tenho tanto respeito por nossos vizinhos de além-mar.

Nós, japoneses, precisamos estimar a China. O Japão jamais deve agir com a arrogância que demonstrou no passado. Espero que vocês, jovens Soka do Japão, visitem a China e aprendam sobre esse país e seu povo, formando assim fortes laços de confiança e compreensão mútuas e fortalecendo a amizade entre os dois países.

Tenho me dedicado com toda sinceridade à promoção da amizade entre a China e o Japão. Tenho muitos amigos chineses e abri o caminho para o intercâmbio entre os dois países.

“Se o espírito de diferentes corpos, uma única mente prevalecer entre as pessoas, elas alcançarão todos os seus objetivos” (WND-1, pág. 618) — conforme essas palavras, a união é a base para a vitória. Vamos avançar com uma união ainda mais forte e vencer com alegria.

O contínuo autoaprimoramento

Publiquei um diálogo com o Prof. Ji Xianlin, eminente estudioso do conhecimento tradicional chinês e também graduado pela Universidade de Tsinghua. O Prof. Ji falou com orgulho de sua universidade, dizendo: “Qual é o ‘espírito de Tsinghua’?

No meu entender, é manter-se jovem no coração, sempre transbordante de vitalidade e procurando se aprimorar continuamente”.

Como sucessores do legado de nosso primeiro e segundo presidentes, Tsunessaburo Makiguti e Jossei Toda, vamos também garantir que nosso “espírito Soka” se mantenha eternamente jovem e vigoroso.

Vamos nos juntar aos nossos estimados convidados da Universidade de Tsinghua e continuar avançando rumo a um futuro brilhante e repleto de triunfo.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Faço Ventar Boa Sorte na Minha Vida.

Meu nome é Winder, fui criado em Januária - MG, no bairro São Domingos.

Um dos bairros mais problemáticos da cidade, onde existem todo tipo de violência através das drogas , porque lá o crime dá dinheiro mais fácil, e com isso muitas mortes já aconteceram entre os jovens - muitos conhecidos meus.

Encontrar emprego  é ainda muito difícil naquela região, não existem oportunidades, principalmente para jovens como eu.
Sendo assim, ninguém tem expectativa de vida e lá fiquei até os meus 18 anos.

Antes de Ser Budista.

Antes de conhecer o budismo eu era uma pessoa sem planos e principalmente sem futuro. Estudava só prá dizer que estudava.

Era triste e sem sonhos e sempre tinha vontade de chorar, vivia com os nervos flor da pele.

Um dia, que não me sai da memória,  estavámos eu e meus primos na casa da minha avó, ela fez café e dividiu algumas bolachas entre todos nós - os netos . Como estava quase na hora de ir para a escola,  separei as minhas bolachas e fui me arrumar.

Quando voltei eu vi que alguém havia comido as minhas bolachas e meu primo disse que tinha sido uma prima. Eu fiquei tão irado que dei um murro nas costas dela e com isso a fiz chorar. O mais triste nesta história, fiquei sabendo mais tarde, é que não tinha sido ela que dera fim na minha parte do lanche.  

Mas, o que realmente não me sai da memória, é que além de ter sido injusto, não pedi desculpas a ela. Como muitas pessoas, não tinha o hábito de reconhecer meus erros e principalmente pedi desculpas por eles.

Ser Budista é voltar a essência do Ser Humano.

Conheci o budismo em 2004 através da minha mãe, apresentado pela Dona Caudência, que havia chegado de São Paulo para morar em Januária. 

Naquela época, passávamos por muitos problemas e a eles se somou o carma de doença que se manifestou na vida da minha mãe.

Os médicos fizeram o possível para tratar os problemas cardíacos da minha mãe, mas não tiveram sucesso. A minha mãe, desenganada pelos médicos, foi orientada a voltar para Januária para aproveitar o tempo que restava com a família.

Eu passei a sofrer ainda mais, muito triste, me sentia aprisionado num lugar escuro e sozinho.
A Dona Caldência apresentou o budismo para a minha mãe e a ensinou que devemos sempre vencer os obstáculos, que nada é impossível quando se tem motivação e determinação.

A minha mãe começou a recitar o NAM-MYOHO-RENGUE-KYO, eu achava muito engraçado e coisa de gente louca. Com o daimoku, a vida da minha mãe se iluminou, se encheu de esperança e certeza de vitória. Com os benefícios internos da prática budista, a minha mãe acabou se convertendo e consagrando o Gohonzon ( o que é? ) na nossa casa.

A melhora da minha mãe era visível para todos nós da família e sendo assim, aos poucos aprendi a respeitar e admirar o Budismo de Nitiren Daishonin. Com todos os benefícios internos e externos que foram manifestados na minha família, resolvi que era hora de me converter ao budismo e ter uma filosofia de vida que me incentivasse a melhorar a cada dia, me ensinasse a ser feliz.

Comecei orando para melhorar o meu “ eu “, a ser um verdadeiro Ser Humano.
Quando comecei a perceber minha mudança, lancei meus objetivos: primeiro para mudar de Januária e assim surgiu uma oportunidade para mudar para Montes Claros.

Em Montes Claros , determinei que encontraria um emprego. Através de uma vizinha , fui indicado para um emprego no qual eu gosto muito e estou até hoje.

Futuro Brilhante como o Sol de Lotus

Como todo jovem, hoje,  tenho muitos sonhos e objetivos. Eu vou ser Professor, determinei fazer um curso superior e me formar em Educação Física.

A minha habilitação de motorista também é uma meta que irei concretizar infalivelmente, vou comprar uma moto para fazer visitas de incentivos a jovens que se encontram tristes e sem esperança, com a minha história e a Filosofia Budista, espero incentivar milhares de pessoas a trilhar o  caminho da vitória como Ser Humano, o caminho da felicidade absoluta.

Aprendi que o Kossen-rufu, a paz mundial, começa com a revolução humana de cada um. Quanto mais vitórias colecionamos individualmente, mais próximos estamos de um mundo pacífico, próspero e absolutamente feliz. 
O terreno infértil da minha vida se tranformou em um lindo jardim de sonhos. O jovem triste, que as vezes chorava, hoje sorri e se imagina comprando uma casa e construindo uma família feliz, juntamente com uma esposa praticante deste maravilhoso budismo.

Nosso mestre, o Presidente Ikeda diz: “ Cada indivíduo deve procurar seu próprio rumo em busca da paz e do equilíbrio, não se conformando em viver pela metade, nem aceitando carregar o fardo de angústias, culpas e conflitos.
Muito Obrigado a todos que me ajudaram neste relato:

Dona Caldência
Minha Mãe, a Léo, que venceu a doença e hoje é um grande valor na Sociedade.
Amigos da divisão de Jovens de Montes Claros.
Sr Alaor que me ajudou a escrever este relato.


"Existe uma única estrada e somente uma, e essa é a estrada que eu amo.
Eu a escolhi.
Quando trilho nessa estrada as esperanças brotam, e,
o sorriso se abre em meu rosto. Dessa estrada nunca, jamais fugirei."

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Estados de Absorção, Erudição e Bodhisattva

BS, edição Nº 2043

Como dito anteriormente, cada um dos Dez Mundos (Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranquilidade, Alegria, Erudição, Absorção, Bodhisattva e Buda) contém em si os outros nove estados da vida.
 
Este princípio expressa a realidade da vida de que nenhuma das dez condições é estável, mas que mudam de momento a momento.
A “possessão mútua” explica a relação dos dez mundos, como cada um deles muda da inatividade para a manifestação ativa e vice-versa.
 
Em um discurso, o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, explica:
Tanto a função do ‘demônio’ como a função do ‘Buda’ existem na nossa vida.
 
Por fim, essa batalha significa lutar contra nós próprios. Seja em nossa prática budista, em meios às atividades na sociedade ou no desenvolvimento histórico, político e econômico, tudo se reduz essencialmente à luta entre as forças positivas e negativas, pois todas essas atividades são manifestações da Lei Mística, ou myoho — myo representando o mundo do estado de Buda, e ho, os nove mundos.
 
A Lei Mística incorpora a possessão mútua dos Dez Estados — a verdade de que o estado de Buda contém os nove mundos e que os nove mundos contêm o estado de Buda. (Brasil Seikyo, edição no 1.438, 15 de novembro de 1997, pág. 3.)
 
Ou seja, todos os fenômenos do Universo são funções ou manifestações do princípio da possessão mútua dos Dez Estados, do princípio dos cem mundos e mil fatores, e do princípio de um único momento da vida que abarca os três mil mundos (itinen sanzen).
 
Tudo reflete a causalidade dos Dez Estados. Em nosso íntimo, há uma constante e eterna luta entre o bem e o mal. Um drama de um desesperado cabo-de-guerra entre a felicidade e a miséria, entre o progresso e o declínio.
 
A vida é uma sucessão de eventos. Existem dias alegres, outros tristes. Às vezes, acontecem coisas desagradáveis. Mas conforme observa o presidente Ikeda, é isso o que torna a vida tão interessante. Os dramas por que passamos são uma parte essencial do ser humano.
 
Se na vida não houvesse sofrimento, nenhuma mudança nem dramas, se nada de inesperado acontecesse, seríamos simplesmente robôs, vazios de sentimento. Seria insuportavelmente monótono e tedioso.
 
“O sofrimento é inevitável. Por isso, é preciso estar preparado para as adversidades e ter fortaleza interior para superar a angústia e a preocupação.
 
É preciso fazer brilhar na própria vida a ‘luz serena da iluminação’, ou seja, o estado de Buda. Assim, os desejos mundanos se transformarão em iluminação e pode-se aproveitar tudo o que acontece na vida como se fosse um combustível para alimentar a própria vida.” (Ibidem, edição no 1.837, 25 de março de 2006, pág. B2.)
 
A visão positiva da vida ensinada no Budismo Nitiren nos possibilita a desenvolver uma forte personalidade para que possamos atuar com confiança e equilíbrio diante de qualquer vicissitude, tendo uma existência plena e satisfatória.

Estado de Absorção (Engaku): ­

Significa o despertar por si próprio. A pessoa nesse estado compreende algumas verdades, independentemente dos ensinos budistas, e as usa principalmente para beneficio próprio.

O Buda Nitiren Daishonin afirma: “O fato de todas as coisas no mundo serem transitórias é perfeitamente claro para nós. Não seria porque os mundos dos dois veículos estão presentes no mundo da Tranquilidade?”.

Os dois veículos (estados de Absorção e Erudição) são os que a pessoa desperta para o fato de que a vida é transitória.

E ao refletir baseando-se nessa verdade, a pessoa liberta-se de ser controlada pelas condições mutáveis e pelos desejos inatos como aqueles dos seis maus caminhos, e estabelece uma certa independência. Entretanto, o despertar das pessoas nos dois veículos é dirigido somente para sua própria salvação.

Estado de Bodhisattva (Bosatsu):

Bodhi significa sabedoria do Buda, e sattva, seres sensíveis. Ou seja, seres sensíveis com sabedoria de Buda.

O estado de Bodhisattva é caracterizado pelas ações altruísticas.

O Buda Nitiren Daishonin afirma: “Aqueles no estado de Bodhisattva vivem entre os mortais comuns dos seis caminhos e humilham-se respeitando os outros. Os bodhisattvas atraem as maldades para si e dão benefícios aos outros”.

Todos os bodhisattvas fazem quatro grandes juramentos quando tentam pela primeira vez a prática de bodhisattva para atingir a iluminação.

1. transportar todas as pessoas através do mar de sofrimento para a distante praia da iluminação;
2.  erradicar todos os desejos mundanos (não ser dominados por eles);
3.  dominar todos os ensinos budistas (compreender com a vida os ensinamentos);
4. atingir a suprema iluminação.

Estado de Buda (Butsu):

É a condição de liberdade perfeita e absoluta, o supremo estado em que se compreende o Caminho do Meio. É a condição de felicidade absoluta que nada pode corromper.

O Buda compreende a lei da causalidade permeando o passado, o presente e o futuro e a eternidade da vida agindo espontaneamente para o bem dos seus semelhantes.

Da mesma forma que nenhum estado de vida é estático, o estado de Buda é experimentado no decurso das contínuas atividades altruísticas diárias.

Portanto, não se deve considerá-lo como um objetivo máximo a ser atingido somente no final da vida, mas algo a ser alcançado todos os dias.

Os Dez Estados de Vida 
estão inerentes na vida de todas as pessoas.

No escrito “O Verdadeiro Objeto de Devoção”, o Buda Nitiren Daishonin afirma:

“Mesmo um frio vilão ama sua esposa e filhos. Ele também tem o estado de Bodhisattva dentro de sua vida.
O estado de Buda é o mais difícil de demonstrar, mas desde que os outros nove mundos na realidade existem como estados da vida humana, o senhor deve ter fé de que o estado de Buda também existe dentro da sua vida”.